Jackson Barreto (PMDB) conta com 41% das intenções de voto.

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Por Ulysses Gadêlha, do Jornal do Commercio, desta quinta-feira (11).

Em Sergipe, as eleições de 2014 prometiam um novo embate entre o PT e o DEM para o governo do Estado, já que o quadro foi este nas últimas duas eleições, em 2006 e 2010.

Ninguém contava, no entanto, que o líder petista Marcelo Déda morresse em outubro de 2013, sem deixar sucessor político em seu partido, e que o democrata João Alves Filho abrisse mão da disputa para continuar seu mandato na Prefeitura de Aracaju, passando a compor uma aliança em torno de outro nome.

Apesar de imprevista, a atual conjuntura tem como principais candidatos nomes ligados às duas grandes correntes políticas das outras eleições.

Segundo pesquisa do Ibope, o atual governador Jackson Barreto (PMDB) conta com 41% das intenções de voto.

Ele vem para a reeleição depois de assumir o governo, com a morte do então governante Marcelo Déda.

O cenário em Sergipe é semelhante ao de Pernambuco, em que houve um desaparecimento repentino do líder político, no caso o ex-governador Eduardo Campos (PSB), que faleceu em agosto último num acidente aéreo.

Déda também não poderia disputar a reeleição, pois já havia cumprido dois mandatos.

Ele apontaria o sucessor, semelhante ao que Eduardo fez no Estado, com a indicação do ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara (PSB).

Eduardo Amorim está em segundo lugar na disputa.

Foto: reprodução Facebook O segundo colocado na disputa é o senador licenciado Eduardo Amorim (PSC), com 33%.

Em torno de sua candidatura, Amorim reúne figuras como o prefeito João Alves Filho, do ex-governador Albano Franco (PSDB) e do próprio irmão, o empresário Edivan Amorim (PR), que disputa uma vaga na Assembleia Legislativa sergipana.

Na corrida ao Senado, a candidata que lidera as pesquisa é a esposa de João Alves Filho, a advogada Maria do Carmo (DEM), com 42%.

Logo após, com 13%, está o presidente do PT-SE, Rogério Carvalho.

Entretanto, para os especialistas, o jogo de lideranças talvez não seja o fator que definirá o resultado das eleições.

O próprio passado de Jackson e Amorim poderia depor contra ambos, já que eles contam com 66% da rejeição do eleitorado.

Segundo o professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Afonso Nascimento, o protagonismo de Barreto nas pesquisas se deve à luz própria do peemedebista, que deu mais dinamismo ao governo nos últimos meses, brigando por aprovação de projetos na Assembleia e entregando obras.

Leia também: Apoios pesam contra candidatos em Sergipe “Embora Jackson reivindique as realizações de Déda, o próprio Déda teve apenas 20% de aprovação, em uma pesquisa feita quando ele morreu”, declarou.

Pesa contra sua candidatura, também, o fato de que ele já foi afastado da prefeitura de Aracaju por improbidade administrativa.

No caso de Eduardo Amorim, a avaliação feita pelo cientista social José Rodorval, da UFS, é que “o senador licenciado se lançou candidato num agrupamento também cheio de vícios anti-republicanos e, por isso, não conseguiu empolgar tanto o eleitor que procura alguma novidade”. À seu favor, Amorim tem amplas votações em 2006, para deputado, e em 2010, quando se elegeu o senador mais votado do Estado.

Contrariamente, Amorim tem sua exoneração do cargo de secretário da Saúde do Estado, em 2004, no governo de João Alves Filho.

Para Afonso Nascimento, como os principais atores da eleição são os próprios candidatos, Jackson Barreto deverá alargar a vantagem que possui em relação a Eduardo Amorim. “Jackson tem mais tempo na TV, os programas são mais bem feitos, ele tem somado suas realizações.

Também acho que ele passa mais a imagem de alguém preparado para governar, bem aliado com o governo federal”, arrematou o professor.