Foto: Guga Matos/JC Imagem Com informações de Marcela Balbino, repórter do Blog, do local O senador Armando Monteiro Neto (PTB) cobrou esclarecimentos do ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara (PSB), seu adversário na disputa para governador, quanto a compra e doação do jatinho Cessa PR-AFA que caiu em Santos, no litoral de São Paulo, matando o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, na época candidato à Presidência da República e outras seis pessoas.
O petebista convocou uma coletiva relâmpago, mas admitiu que não apresentou nenhuma informação nova sobre o caso.
O petebista bateu principalmente na concessão de benefícios fiscais pelo Governo de Pernambuco para a empresa Bandeirantes Pneus, que esteve envolvida na compra do avião.
Em 2011, o Estado ampliou os benefícios fiscais concedidos a Bandeirantes.
Na época, o decreto foi assinado por Campos, como governador, e por Câmara, que era secretário da Fazenda.
O ex-secretário já disse que considera a concessão do benefício como transparente.
Há quatro dias, a Folha de S.
Paulo revelou que outra empresa envolvida na compra, a Câmara e Vasconcelos, teria recebido R$ 100 milhões do doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal durante a Operação Lava-Jato.
LEIA TAMBÉM: » Paulo Câmara defende benefício fiscal para empresa que tentou comprar avião que levava Eduardo Campos » Vice de Armando diz que Paulo Câmara precisa explicar relações com empresa envolvida na compra do avião de Eduardo » Empresa que pagou jatinho que levava Eduardo Campos teria recebido R$ 100 mil de doleiro “Queremos oferecer a oportunidade de que eles possam nos trazer mais informações”, afirmou Armando, para quem as explicações já apresentadas pelo PSB não são suficientes. “Como conceder benefícios a uma empresa inidônea?
Que já estava sendo avaliada?”, foi uma das perguntas que direcionou. “Como avaliar fatos de compra de avião por empresas fantasmas de Pernambuco”, questionou ainda.
Armando também cobrou que Paulo Câmara informe se ele sabia de quem era o avião, quando voou nele quando voltava de uma agenda de campanha em Serra Talhada, em julho.
Aliado da presidente Dilma Rousseff (PT), ele fez questão de rechaçar as insinuações de que o acidente aéreo teria sido uma sabotagem. “Nós queremos nesse momento repelir as acusações que foram feitas de forma descabida com a oposição.
Os fatos foram todos eles trazidos”, disse.
Local onde aconteceu o acidente com o candidato Eduardo Campos e outros seis assessores.
Foto: AFP O senador também disse que não ia endereçar os questionamentos ao atual governador João Lyra Neto (PSB), vice de Campos nos últimos sete anos, porque o uso do avião não foi uma ação institucional do Estado.
Em relação do benefício, o petebista disse que a explicação cabia a quem na época estava à frente.
A compra e doação do avião para a campanha presidencial do PSB levantou várias suspeitas e a aeronave ainda não foi declarada nas prestações de conta do partido.
Apesar disso, a coletiva pode ter mais o efeito de causar um fato novo na eleição estadual, que está empatada segundo os últimos levantamentos. “Tendo o atual candidato e antigo secretário admitido que voou no avião, cujo coproprietário é exatamente o titular dessa empresa que recebeu os incentivos, há um esclarecimento que ainda não foi dado pelo candidato.
Sabia ele de quem era a propriedade do avião?
Por que esse voo, ou a despesa a ele correspondente, não constou na declaração de gastos da campanha até o presente momento?”, questionou Armando Monteiro.
Indagado sobre o fato novo que motivou a convocação da coletiva, visto que a cobrança por explicações já havia sido feita por ele e pelo vice candidato ao governo do Estado Paulo Rubem, Armando reiterou que não recebeu informações sobre o caso, por isso voltou a cobrar respostas. “Não recebemos esclarecimentos suficientes e, a partir do momento, em que o candidato [Paulo Câmara] está atribuindo à oposição iniciativas pelas denúncias de fatos que foram trazidos pela mídia resolvemos fazer novas cobranças”, disse Armando. “Você considera que os esclarecimentos foram suficientes?”, questionou o candidato aos repórteres no local. “Acho que a opinião pública de Pernambuco deseja mais respostas, inclusive os fatos mais novos”, acrescentou o postulante.
A pergunta causou desconforto, uma vez que a tensão em torno da coletiva sugeria que alguma dado novo viria à tona.
Alguma prova seria apresentada.
Algum novo documento.
O que não aconteceu.
A chamada para coletiva sugeria que seria apresentado algo de muita repercussão.
Seria apresentado um “fato relevante do processo político”, como mostrava o release.
Porém, durante o evento, Armando se ateve a rememorar as matérias publicadas em jornais do Sudeste, como O Globo e a Folha de S.
Paulo.
Quando a reportagem perguntava sobre novas informações na investigações do processo, havia logo o rebatimento. “Vocês estão querendo minimizar o fato”. É importante deixar claro que não se trata aqui de minimizar os questionamentos acerca da investigação em torno da aeronave, mas fazer acusações baseadas em documentos legítimos. » Na JC News, Armando Monteiro Neto cobra que Condic divulgue documentos sobre aprovação de incentivos para empresa que comprou avião de Eduardo Campos