Foto: Alan Marques/Folha Press A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga denúncias de irregularidades na Petrobras deve ouvir na próxima quarta-feira, 10, o ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró.

O depoimento está previsto para ocorrer a partir das 14h30 da quarta-feira.

Um dos temas a ser abordado é denúncia de que ele teria repassado imóveis a parentes, depois de o caso Pasadena ter ganhado vulto.

Cerveró é considerado o principal articulador da compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), pela Petrobras.

Recentemente, Cerveró afirmou que a condução do processo da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, era de responsabilidade do ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal durante a operação Lava Jato, conforme informou neste final de semana o jornal O Estado de S.

Paulo.

Em depoimento prestado para a Justiça Federal do Paraná, o ex-diretor contou que Paulo Roberto indicou membros da comissão da licitação da refinaria.

A Abreu e Lima é uma das obras suspeitas de integrarem um esquema de desvio de recursos e lavagem de dinheiro investigado pela operação Lava Jato.

Investigações da Polícia Federal indicam que Costa ajudou empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef a fechar contratos com a Petrobras - entre elas, a refinaria.

A estimativa é de que, somente nesta obra, tenham sido desviados da R$ 400 milhões.

Em depoimentos prestados depois de um acordo de delação premiada o ex-diretor Paulo Roberto Costa admitiu a existência de uma espécie de “consórcio” de propinas.

Para garantir a realização de contratos com a Petrobras, empresas repassavam comissões que, numa terceira etapa, eram distribuídas para políticos e partidos.

A lista de beneficiados teria mais de 30 parlamentares incluindo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

No depoimento como testemunha do doleiro Alberto Youssef, Cerveró, que foi diretor da Petrobras entre 2003 e 2008, contou que integrantes da comissão de licitação são indicados pelo representante da área envolvida.

No caso da Abreu e Lima, Paulo Roberto Costa. fonte: Estadão Conteudo