O presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Municipal do Recife, vereador André Régis, do PSDB, advertiu em discurso que se o Recife mantiver o mesmo ritmo de evolução nas avaliações do IDEB, a sua rede escolar terá de esperar até o ano de 2025 para se nivelar à posição conquistada por Florianópolis.
Ele disse que os indicadores divulgados pelo MEC neste final de semana confirmam que o sistema de ensino público recifense está falido e precisa de uma correção de rumos imediata, pois as crianças continuam sem aprender.
Na mesma oportunidade André Régis parabenizou a escola Abílio Gomes que obteve uma média de 6.1, superior à 6.0 que ele havia proposto como meta, mas que foi recusada pelo prefeito Geraldo Júlio.
Veja o pronunciamento feito pelo parlamentar na tribuna da Câmara Municipal da capital “Estamos assistindo aos festejos oficiais registrados pela mídia sobre os novos indicadores de Pernambuco no IDEB divulgado pelo Ministério da Educação neste último final de semana para a educação pública estadual notadamente do ensino médio.
Esses dados do IDEB nos dizem muito respeito enquanto recifenses e na condição de representantes do povo desta cidade, porque confirmam a nossa performance municipal.
Dentro desse contexto a notícia que trago para comentar na tribuna da Casa de José mariano não é boa porque o estado melhorou e o Recife não.
Na verdade o Recife não conseguiu sequer atingir a meta traçada pelo MEC.
No ensino Fundamental 1 saímos de 4.1 para 4.3.
Então houve uma melhora e essa melhora fez com que Recife batesse a meta estabelecida pelo Ministério da Educação.
No ensino Fundamental 2 saímos de 2.9 para 3.2 o que faz com que o Recife não tenha conseguido chegar à meta do MEC.
Fato é que enquanto Pernambuco bateu a meta do MEC e avançou mais rapidamente no comparativo entre os estados, a nossa capital não acompanhou a mesma trajetória evolutiva.
Para se ter uma ideia, o IDEB do Recife no Fundamental 1, de 4.2, se mantido esse ritmo e esse padrão evolutivo nós só atingiremos o padrão de Florianópolis, que foi de 6.1, no ano de 2025.
Isso considerando que o sistema de educação pública de Florianópolis venha a estacionar nesse patamar divulgado, porque se ele subir nos ficaremos cada vez mais distante.
Portanto, a situação do Recife é muito grave e tudo aquilo que estamos alertando da tribuna desta casa reflete-se nos dados do IDEB.
Tudo que nós estamos fazendo em termos de fiscalização demonstra que o sistema recifense faliu, que o Recife é a quinta pior capital do Brasil em termos de educação.
Devo também ser justo: O IDEB verificado para o Recife foi avaliado seis meses depois do inicio da atual gestão, portanto em junho de 2013.
Então já é responsabilidade do prefeito Geraldo Júlio, não obstante se refira às condições encontradas em toda a rede de ensino.
Estamos alertando para que as devidas alterações de rumo sejam realizadas tendo em vista o próximo IDEB, no sentido de que venhamos a ter alguma coisa para comemorar até porque, em sua campanha, o prefeito Geraldo Júlio prometeu estabelecer metas ousadas na educação.
E nós fizemos a proposta de elevação do IDEB, de 4.1 para 6.0, mas a prefeitura lamentavelmente não aceitou o desafio e o que estamos colhendo é uma média de 4.3, o que reflete uma estagnação.
Então, somente em 2025, nesse patamar de desenvolvimento, é que poderemos chegar perto de uma capital como Curitiba, que por sinal é uma cidade que tem o porte do Recife. É injustificável que o Recife tenha a quinta pior educação entre as capitais do país.
E devi advertir que esse IDEB divulgado pelo MEC nesta final de semana, tem uma composição duvidosa: na medida em que é definido a partir do fluxo de aprovação nas escolas somado aos resultados da prova Brasil de Matemática e Português.
Mas as nossas crianças não são aprovadas nem em Matemática nem em Português na prova Brasil, pois tiram uma nota próxima a zero, mas são aprovadas pelas escolas.
Consequentemente obtêm uma nota mínima na avaliação do IDEB.
Portanto de fato o IDEB do Recife não é o que está se apresentando e se tivéssemos o IDEB real provavelmente o Recife seria a última capital nesse ranking.
Isso é absolutamente injustificável, levando em consideração que o custo per capita dos alunos na cidade do Recife é um dos maiores do Brasil: são cerca de 700 reais por criança.
Para finalizar quero mandar os parabéns para todos os alunos e professores da escola Abílio Gomes que subiu de 4.8 para 6.1 no IDEB se constituindo como a melhor unidade escolar em termos de desempenho.
Se a Abílio Gomes conseguiu dar um salto de quase dois pontos percentuais no IDEB, acreditamos que a rede como um todo também poderia fazer o mesmo”.