Quietum, nom movere?

Por Michel Zaidan A expressão acima em latim quer dizer: “não mexa com quem está quieto”.

Como se sabe, não se deve mexer com os mortos.

A própria religião ensina que os mortos cuidem dos mortos.

E os vivos que vão cuidar de suas vidas.

Infelizmente essas recomendações não valem para Pernambuco e para as próximas eleições.

O morto não pode descansar em paz.

E não é porque as Brs, pes, avenidas, pontes, viadutos e anúncios luminosos insistem na presença do morto entre nós.

Mas acumulam-se, de uma maneira preocupante, indícios de coisas estranhas relacionadas à campanha eleitoral do Partido Socialista Brasileiro.

Já não bastassem as questões que envolvem o acidente aéreo, a compra da aeronave, a titularidade da aeronave, as contas fantasmas que receberam os depósitos pelo “aluguel” da aeronave, a participação de empresas beneficiadas pelo atual candidato a governador pelo PSB, na intermediação da compra da aeronave que transportava o ex-governador.

Agora surge a denúncia pública do ex-diretor da Petrobras do pagamento de propina a Eduardo Campos, por conta da construção da Refinaria Abreu e Lima.

A isso acrescente-se a informação do envolvimento do marido da presidenciável do PSB, com a extração e venda ilegal de madeiras, no estado do Acre.

Acumulam-se muitos indícios sobre a existência de irregularidade no financiamento das campanhas eleitorais. É de se esperar que o Ministério Público Eleitoral e a Justiça Eleitoral não permaneçam inermes e passivos diante deste estado de coisas.

Principalmente, num momento em que se faz uma bela e oportuna campanha cívica pela lisura das eleições e que esteja ocorrendo nesses dias uma imensa mobilização social pela aprovação de uma constituinte exclusiva para fazer a reforma política, apoiada pela CNBB, entidades sindicais e outras instituições.

Se nada for feito para a apuração cabal dessas denúncias e a responsabilização civil e criminal dos denunciados, será feito uma “tábua rasa” de todos os esforços da sociedade civil e suas entidades representativas para moralização dos costumes políticos no Brasil.

E ninguém mais vai acreditar em nenhuma promessa de reforma das instituições políticas no Brasil.

Será esta a herança política e institucional que deixaremos para os que viram depois de nós?