Por Sheila Borges, do Jornal do Commercio João Lyra assumiu o governo em abril com a proposta de dar continuidade às gestões do ex-governador Eduardo Campos, apesar de ter ficado incomodado com o fato de ter sido preterido na corrida eleitoral.

O então vice trabalhou para ser ungido como candidato natural do PSB.

Eduardo, porém, abençoou Paulo Câmara.

Mesmo com o episódio, Lyra não quis romper.

Se ele é continuidade, como explicar os baixos índices de aprovação desses cinco meses de mandato-tampão?

De acordo com a pesquisa IPMN/JC, 4% dos entrevistados consideram a gestão ótima, 17% boa, 39% regular, 8% ruim e 5% péssima.

Por um lado, Lyra ficou engessado por não realizar publicidade em função da campanha.

Não pode fazer propaganda.

Tem quase 500 obras para inaugurar, boa parte delas feitas em parceria com as prefeituras por meio de verbas do FEM.

Por outro lado, não tem tempo suficiente para construir uma marca própria.

Até porque optou pelo caminho da continuidade.

A comoção gerada pela morte de Eduardo Campos também contribuiu para ofuscar Lyra.

A força da lembrança de Eduardo é mais forte hoje do que a imagem do atual governador.

Lyra ainda tem quatro meses, mas há uma eleição no meio.

Tem pouco tempo para mostrar o que fez ao lado de Eduardo e no que avançou no curto período como governador.

A tarefa de Lyra não é fácil.