Ricardo Coutinho é o segundo colocado na disputa rumo ao governo da Paraíba.

Foto: Facebook/Divulgação Por Marcela Balbino, repórter do Blog A famosa frase que diz que a “política é como nuvem” aplica-se bem ao cenário eleitoral da Paraíba.

A cada olhar, enxerga-se um novo formato.

Aliados nas eleições para o governo em 2010, os dois principais nomes na disputa rumo ao Palácio da Redenção estão em palanques opostos no pleito deste ano.

O governador do Estado, Ricardo Coutinho (PSB), tenta a reeleição, mas está em segundo lugar no páreo.

Quem lidera as intenções de voto, segundo pesquisa Ibope, é o senador tucano Cássio Cunha Lima (PSDB), que já governou o Estado duas vezes e teve o último mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB).

Em 2010, para se eleger, Ricardo Coutinho contou com o apoio do atual adversário político Cássio Cunha Lima.

Aliado de primeira hora do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), Coutinho controla a máquina do Estado, mas precisa driblar a falta de carisma e os desgastes acumulados com a base aliada nos últimos quatro anos.

LEIA TAMBÉM: » Nova política não decola em Alagoas » Política em Alagoas é marcada pela violência e corrupção » Na “terra de Sarney”, candidato da oposição lidera intenções de voto Já o tucano vem de um “clã familiar” cujo peso na política da Paraíba é bastante expressivo. “A história política dos Cunha Lima teve início com o pai de Cássio, o ex-governador Ronaldo Cunha Lima.

Ele teve o mandato cassado na Ditadura Militar e voltou eleito com uma carreira política muito vitoriosa”, explicou o cientista político Fábio Ribeiro Machado, professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Ungido eleitoralmente pelo prestígio herdado pelo pai, Cássio foi eleito deputado federal, aos 23 anos, e depois foi prefeito de Campina Grande por dois mandatos.

Em 2010, é eleito senador com mais de 1 milhão de votos.

Cássio Cunha Lima (à direita) ao lado do candidato à Presidência da República Aécio Neves.

Foto: Facebook/Divulgação “A densidade eleitoral dele é muito grande no Estado, principalmente em Campina Grande.

Ele foi um reforço muito importante no palanque de Ricardo Coutinho”, considerou o cientista político, acrescentando que Cássio Cunha Lima foi um dos principais fiadores da candidatura do socialista.

Outro fator que pesa contra o atual gestor é a falta de carisma, tanto pelo eleitoral quanto pelos políticos, que o consideram centralizador. “O governador terá que resolver uma equação e mostrar ao eleitor paraibano o que vale mais, se é um governo que trabalha ou um que pratica a velha política, a da tapinha nas costas, do abraço, mesmo que o desempenho não seja tão bom assim”, avaliou o cientista político.

Ricardo Coutinho apoia a candidata Marina Silva (PSB).

Foto: Facebook/divulgação Outro problema que desgastou a gestão do socialista foram os embates com a Assembleia Legislativa da Paraíba. “Ele fez uma política direta com os prefeitos, sem que as demandas passassem pelos deputados estaduais.

Até a base do governo definhou.

Ele tentou cortar essa política do ’toma lá dá cá'.

Então foram 4 anos de muita tensão, entre o governo dele e a assembleia”, avaliou.

O candidato aliado da presidente Dilma Rousseff (PT), Vital do Rêgo (PMDB), também vem de uma tradicional família de políticos da Paraíba.

O postulante, no entanto, está com meros 4% nas intenções de voto.

Cássio Cunha Lima tem reduto eleitoral em Campina Grande.

Foto: Facebook/divulgação.

A última pesquisa do Ibope, divulgada no último dia 1º, mostra Cássio Cunha Lima com 44% das intenções de voto, contra 33% de Ricardo Coutinho.