Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem Empatado nas pesquisas de intenção de voto com o adversário Paulo Câmara (PSB), o senador Armando Monteiro Neto (PTB) tentou herdar o legado petista em Brasília Teimosa durante o comício realizado no final da noite desta quinta-feira (4). “Não existe a turma do PT e do PTB.
O que existe é o compromisso de fazer essa vitória”, afirmou o senador em seu discurso.
Durante a gestão do deputado federal João Paulo (PT), e o primeiro mandato de Lula (PT) no governo federal, Brasília Teimosa foi urbanizada, dando casas populares às 560 famílias que viviam em palafitas. “Nós somos um único projeto.
Quem vota em Dilma, vota em Armando”, afirmou o petebista para a multidão do bairro. “A cor do PTB é o azul e o PT usa vermelho.
Há uma tradição no nosso pastoril do cordão azul e do encarnado”, disse João Paulo em cima do palanque. “Vamos juntar o azul e o encarnado”, afirmou em seguida.
Curiosamente, no palco, Armando e o vice, o deputado federal Paulo Rubem (PDT), vestiam camisa azul.
João Paulo, assim como Lula e o senador Humberto Costa (PT) trajavam vermelho.
Dilma estava com uma camisa preta e florida.
Saudado pelos moradores, João Paulo fez questão de ressaltar, em sua fala, que as transformações ocorridas no Estado começaram após a posse de Lula. “Se tentou a todo custo se utilizar de uma tragédia nacional para reverter em um processo eleitoral”, bateu ainda.
CONTRADIÇÃO - Apesar da tentativa de petistas e petebistas em demonstrar afinidade, o discurso de Lula, realizado logo após o de Armando, mostrou certa contradição na aliança.
O ex-presidente criticou as elites do País e defendeu a escolha de Dilma como candidata à sucessão em 2010 apesar de ela nunca ter disputado cargos públicos. “Eu tô vendo a pessoa falar a palavra ’nova política’, e a pessoa já foi vereadora, deputada e senadora.
Se tem alguém que é nova política é a Dilma, que nunca disputou nada”, cravou Lula, em referência à ex-senadora Marina Silva, que disputa a Presidência da República pelo PSB. “Hoje, se alguém disser ‘o PT está votando em um patrão’, é com muito orgulho que um metalúrgico vai votar em um empresário”, remendou o ex-presidente, porém, após dizer que Armando foi um verdadeiro soldado ao defender o seu governo junto ao empresariado brasileiro.