Depois de o vice na chapa petebista, Paulo Rubem Santiago (PDT), ter divulgado uma nota oficial jogando o avião de Eduardo Campos na campanha eleitoral, na semana passada, o próprio candidato ao governo do Estado, Armando Monteiro Neto, aproveitou a sabatina na Rádio JC News, ainda há pouco, para cobrar explicações pública sobre a concessão de incentivos fiscais para uma das empresas que assumiu a compra da aeronave, a Bandeirantes Pneus, pertencente ao empresário Apolo Santana Vieira.
Cara a cara com o próprio Paulo Câmara, em debate na Rádio Liberdade, em Caruaru, nesta manhã de quarta-feira, o petebista não tocou no assunto.
Na semana passada, Paulo Rubem cobrou explicações sobre a empresa Bandeirantes Renovação de Pneus, que recebeu incentivos fiscais durante a gestão de Paulo Câmara na Secretaria estadual da Fazenda. “A Bandeirantes está envolvida numa operação nebulosa de pagamento do avião utilizado pela campanha presidencial do PSB e que vitimou o ex-governador Eduardo Campos. É preciso esclarecer à sociedade que relações foram estabelecidas entre Paulo Câmara, então Secretário, e a empresa, na condição de pré-candidato e depois candidato a governador de Pernambuco”, disse Santiago.
Na sua resposta ao vice de Armando Monteiro, também em nota, o PSB pediu que o petebista buscasse informações com o presidente licenciado da Fiepe, Jorge Corte Real, que como ele havia passado pelo Condic, o órgão que aprova os incentivos, em um colegiado formado por empresários, consultores e técnicos do governo.
Na JC News, hoje, Armando Monteiro disse que a resposta era “tosca”.
De acordo com o candidato Armando Monteiro, a empresa Bandeirantes Pneus não poderia receber incentivos se já estivesse com problemas na Receita Federal.
Ele diz que o ano de concessão dos incentivos (2006) é posterior à autuaçao da Receita Federal (1999).
O candidato também se defendeu dizendo que não pode ser responsabilizado, como sugeriu o PSB em nota, porque já havia saído do Condic desde 2001.
Em uma ironia fina, disse que os empresários com acento no Condic recebem informações da Secretaria da Fazenda e confiam no órgão.
Paulo Câmara foi secretário da Fazenda na época e assinou o decreto, junto com outros secretários estaduais, como Geraldo Júlio, que cuidava da área de planejamento.
Sem dizer que estava fazendo uma cobrança pública, Armando Monteiro Neto disse que o Condic poderia apresentar as certidões.
No debate da rádio Liberdade, o petebista também criticou o fato de Pernambuco ter promovido renúncias fiscais na ordem de R$ 1,7 bilhão ao ano para setores que supostamente não geram melhorias para o Estado.