Foto: Wagner Ramos/PSB Principais candidatos ao Governo de Pernambuco, tanto o senador Armando Monteiro Neto (PTB), quanto o ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara (PSB), partiram para o enfrentamento no primeiro debate realizado entre os candidatos, pela Rádio Liberdade, de Caruaru, no final da manhã desta quarta-feira (3).

Enquanto Paulo Câmara mirou na presidente Dilma Rousseff (PT) para bater em Armando, aliado da petista, o senador do PTB criticou a gestão do PSB no Estado e o perfil do próprio adversário. “É mais do que nunca necessário ter alguém que tenha lideranças, lastro político, voz, diálogo nacional.

Quero ser justo, Eduardo tinha”, começou Armando. “Se Eduardo não pode dar resposta adequada a muitas dessas demandas, a muitas urgências que a população de Pernambuco tem, imagine se a gente pudesse escolher alguém que tivesse numa classe mais baixa”, subiu o tom.

Na oportunidade que teve para perguntar ao candidato socialista, o senador pediu que ele falasse sobre as críticas que o ex-governador Eduardo Campos fazia a presidente Dilma por ter sido eleito sem nunca ter exercido cargos públicos; para tentar apontar a contradição na candidatura de Paulo.

Claramente contrariado, o socialista apresentou sua biografia como secretário. “Você nunca exercitou liderança em nenhum nível.

Quem conduziu esse processo [de transformações~] foi um conjunto de forças políticas que eu integrei.

Lamentavelmente, Eduardo quando fez a indicação, de forma direta e unipessoal, ele buscou o gerente para continuar a ser o líder e alguém exerceria a gerência.

Agora Eduardo se foi”, voltou a atacar Armando Monteiro, na réplica.

Foto: reprodução do Facebook da TV Replay “Não se comanda uma frente política como essa sem liderança.

E eu vou ter, sim, liderança para governar Pernambuco”, respondeu Paulo Câmara. “Eduardo está presente nos seus ideais”, cravou ainda, se apresentando como o candidato capaz de honrar o legado do ex-governador.

Câmara, por sua vez, fez questão de associar Armando a Dilma e disparar contra o governo da petista. “O Brasil parou, deixou de se desenvolver”, disse.

Paulo Câmara também lembrou o período da hiperinflação e afirmou que as conquistas sociais dos últimos anos “estão indo pelo ralo”. “A resposta a isso, com certeza, não é a Marina”, disse Zé Gomes (PSOL), em seguida. “O programa de Marina parece que foi feito de lápis para facilitar mudança”, criticou ainda, quebrando a estratégia de ser usado por Paulo Câmara para bater em Dilma.

Logo no início, o candidato socialista também criticou a centralização de recursos na União e o atraso em fazer a reforma tributária. “A política tributária da presidente Dilma, candidata do senador Armando Monteiro, é totalmente equivocada”, afirmou Câmara, ao dizer que ela tentou deixar os estados pobres sem capacidade de atrair investimentos com isenção fiscal.

Na maior parte do debate, Zé Gomes criticou a gestão do Governo do Estado, o que acabou fortalecendo as críticas de Armando.

O candidato do PSOL só bateu no petebista quando comparou o projeto de governo do senador com o do PSB. “Essa campanha tem o mesmo projeto político nas duas candidaturas.

A solução que eles dão é a continuidade”, disse.

Na maior parte do debate, porém, o tom foi ameno; com os candidatos repetindo propostas que já haviam sido feitas antes.

Novato em campanhas, Paulo Câmara chegou a gaguejar em alguns momentos.

Instado a perguntar a Zé Gomes sobre o Pólo de Confecções de Caruaru, Armando pareceu improvisar ao perguntar o que ele faria para melhorar a situação, de forma genérica.