Por Michel Zaidan A serem verdadeiras as informações trazidas pela imprensa sobre as contas bancárias onde era depositado o pagamento pelo aluguel (700.000,00) da aeronave que transportava o ex-governador de Pernambuco, cabe à Justiça Eleitoral investigar os fundos de campanha do PSB e quem está recebendo pelas despesas de logística da referida campanha eleitoral.

Segundo o noticiário, as contas são de “laranjas” ou de correntistas fantasmas, inexistentes ou que não teriam como prestar o serviço alegado pelo comitê de campanha do PSB.

Fui questionado por um correspondente de um veículo de comunicação se sabia que pagava pelos vôos do jatinho (cujo custo é da ordem de 1 bilhão e meio de reais) que transportava o candidato falecido.

Respondi que não sabia a origem desses gastos.

Agora, com o mistério em relação a quem pertence a aeronave destruída - a quem cabe a responsabilidade civil e criminal pelos prejuízos causados pelo desastre aéreo - e mais ainda em relação às contas bancárias abastecidas pelos recursos de campanha, é hora de dona Marina Silva, abandonar a pose de vestal e informar á Justiça Eleitoral quem são os doadores de sua campanha, o montante projetado para as despesas das atividades da campanha e finalmente, quem recebe esses recursos.

O sigilo é indício de alguma coisa errada ou que não pode ser publicizada.

Em se tratando de uma campanha presidencial, onde quem vai ser eleito é o titular das decisões que afetam o povo brasileiro, não é um bom indício essas névoas que recobrem ou rodeiam o financiamento da campanha e seu beneficiários.

Por que até hoje não se descobriu a titularidade da aeronave destruída?

A quem cabe a responsabilidade civil e criminal das conseqüências funestas do desastre aéreo?

Quem recebe o vultoso pagamento pelo uso da aeronave sinistrada? - Quem são os “laranjas” que consta como beneficiários dos depósitos, aqui em Pernambuco?

Um dos pontos críticos da reforma política é exatamente aquele que se refere ao financiamento público das campanhas eleitorais.

Quem financia o candidato, também apresenta a conta ao eleito, em forma de obras, recursos, cargos, nomeações etc.

Ou seja, como controlar o abuso do Poder Econômico nas eleições?

Como garantir que o resultado das eleições traduza fielmente a verdade eleitoral, a vontade dos eleitores e não dos doadores (anônimos) de campanha? - Sem a resposta a essas questões, jamais teremos uma democracia digna desse nome.

Mas sempre uma “ação entre amigos”, grupos econômicos, lobbies, corporações e assim por diante.

Como evitar que o financiamento privado das campanhas eleitorais deixe de ser uma mera fachada legal para a “lavagem de dinheiro sujo”?

Os eleitores de Pernambuco e do Brasil esperam ansiosamente por essas e outras respostas, sob o rico de serem vítimas de mais um estelionato eleitoral.

Esta é a hora dos esclarecimentos, para o que as instituições judiciárias e policiais podem e devem dar uma contribuição decisiva.