Por Júlio Lóssio (PMDB), prefeito de Petrolina O Estado brasileiro, definitivamente, precisa rever o seu tamanho.

Hoje, queremos fazer tudo e acabamos fazendo tudo de maneira precária.

Aos poucos, vamos percebendo que devemos prover os serviços públicos e, não necessariamente, executarmos estes serviços.

As Parcerias Públicas-Privadas dos aeroportos, a administração de hospitais por organizações sociais com a consequente contratação de profissionais regida pela CLT e por meritocracia, o programa FIES que leva às universidades privadas os nossos estudantes mais humildes, entre tantas outras ações, vêm nos mostrar um Estado cada vez mais provedor e fiscalizador e cada vez menos executor.

O Estado pode ser forte ao prover bons serviços públicos sem, necessariamente, ter que executar os serviços.

Contudo, não podemos abdicar de um Estado forte.

Podemos ter um Estado menor, mas precisa ser cada vez mais forte.

Causa-nos enorme preocupação a proposta do PSB de institucionalizar a autonomia do Banco Central.

O Banco Central é o braço governamental do mercado financeiro, cujas ações influenciam diretamente a taxa de juros e a inflação.

Por conseguinte, tem profunda relação com o poder de compra das pessoas e, de modo especial, dos menos favorecidos.

As políticas devem buscar favorecer a todos.

Empresários e empregados.

Entretanto, muitas vezes, somos obrigados a fazer escolhas entre um ou outro.

Um Banco Central com autonomia plena, aos moldes da proposta do PSB, será fortemente influenciado pelas grandes corporações financeiras, como o Banco Itaú, por exemplo.

E na hora de fazer escolhas, poderá favorecer a estes, em detrimento da população.

Já um Banco Central com autonomia apenas gerencial terá sempre um olhar político para as classes menos favorecidas, na eterna busca do combate à desigualdade.

Assim, rogo para que os nossos presidenciáveis atentem para a necessidade de um Banco Central a serviço do povo e não dos bancos.