Marina Silva rebate pecha de incoerente.

Foto: AFP.

Apesar do discurso combativo contra a polarização entre PT e PSDB, a candidata Marina Silva (PSB/Rede) adotou um tom mais moderado na noite desta terça-feira (27), durante o debate da Band.

Cobrando coerência, o senador Aécio Neves (PSDB) a questionou sobre as recentes declarações em que a candidata afirma ser possível governar com José Serra (PSDB).

Marina rebateu dizendo que “existem pessoas boas em todos os partidos”. “Quando eu disse que não iria subir em palanques, eu mantive a coerência, porque não queria fortalecer os partidos da polarização [PT e PSDB].

Quando eu digo que quero governar com os melhores, eu reconheço que há pessoas boas em todos os partidos, mas que os bons estão no banco de reservas”, disse Marina, acrescentando que, se eleita, “vai tirar do banco” políticos como Pedro Simon (PMDB-RS) e Eduardo Suplicy (PT)". » Marina desmerece gerentismo.

Dilma diz que não se governa o Brasil só com discurso » Duelo de nanicos foi o pior do debate da Band » Aborto: Eduardo Jorge e Luciana Genro defendem política de enfrentamento.

Aécio prefere manutenção da lei » Aécio Neves tenta apresentar-se como opção mais segura e confiável » PV sai em defesa de Marina, contra ataques do PSOL » Marina afirma que pactos propostos por Dilma não funcionaram.

Petista rebate e diz que “todos funcionaram” Na tentativa de desconstruir o discurso da “nova política” pregado pela adversária, Aécio pontuou a divisão entre política boa e ruim e cobrou um discurso mais coerente à ex-senadora.

As relações de amizade da candidata com Neca Setúbal, coordenadora de seu programa de governo e herdeira do Itaú, e Guilherme Leal, fundador da Natura, também foram postas na mira dos adversários.

AGRONEGÓCIO - O candidato do PRTB Levy Fidelix tratou da relação da ex-senadora com os empresários e questionou Marina sobre o posicionamento dela quanto ao agronegócio - área em que o nome dela enfrenta resistência.

De pronto, a postulante rebateu com um discurso moderado e agregador em que afirmou não alimentar preconceitos contra condição econômica de ninguém. “Eu quero combater essa visão de apartar o Brasil.

O Guilherme faz parte da elite, mas os Yanomamis também, a Neca é da elite, mas o Chico Mendes também.

Não tenho preconceito contra a condição econômica de ninguém.

Não temos que combater só as elites.

Isso é uma visão tacanha.

Temos que envolver as pessoas. É assim que eu quero governar, unindo o Brasil, com pessoas de bem de todos os setores.

Com pessoas honestas e competentes”, afirmou Marina, que procurou pairar sobre a polarização dos dois grupos políticos. “Em relação ao agronegócio, a minha posição é que é importante para a balança comercial, mas precisa fazer com responsabilidade social”, pontuou a candidata.