Por Jamildo Melo, editor do Blog Só faltou falar da aposentadoria compulsória das raposas da política.

O vestibular que Marina fez com Eduardo Campos, ao longo de mais de dez meses, surtiu efeito.

Na TV, a Marina 2.0 é totalmente diferente da Marina de 2010, embora alguns eleitores não tenham conseguido explicar o conteúdo de seu discurso.

No geral, não é à toa que as falas de Marina tenham causado impacto positivo nas pesquisas de opinião.

Marina abandonou o estilo vago e tem agora uma oratória mais objetiva, mais ferina, como fazia Eduardo Campos, com arte.

Quem acompanhava a campanha de Eduardo Campos mais de perto conseguirá encontrar várias falas do aliado.

Quem não lembra do primeiro grito de guerra, ou de alforria, em 2013, ao condenar a polarização entre PT e PSDB e dizer que já havia dado o que tinha que dar.

Marina fez uso da frase nesta noite de terça.

A exemplo do que pregava Eduardo Campos, a ex-senadora acusou Dilma de decepcionar os manifestantes de 2013.

Marina também afirmou que Dilma entregará o país pior do que recebeu, outra ideia que era sempre repetida por Eduardo Campos.

Na campanha, Eduardo Campos também repetia que gostaria de governar com “os melhores” dos dois partidos e Marina no debate da Band também falava isto para tentar colocar-se como opção de terceira via, diferenciando-se do PT e do PSDB.

O mais curioso para os eleitores de Pernambuco é que o laboratório para estas teses nasceram na eleição do Recife, com Geraldo Júlio, quando Eduardo Campos percebeu que poderia atacar e vencer o PT.

Naquela época, não havia, como não há, um PSDB forte aqui.

Era o PT brigando com outra banda do PT.

Ao criticar a rinha na política e falar do futuro, dos desafios impostos pelo futuro, acabou viabilizando-se como opção de poder para a maioria dos recifenses.

Era justamente por isto que Eduardo Campos era tão criticado peloa antigos aliados.

O ovo da serpente havia sido gestado dentro da própria barriga do Poder.