No Globo nesta sexta A empresa Lopes e Galvão Ltda, que pagou à Líder Táxi Aéreo todas as despesas de apoio em solo do jato usado por Eduardo Campos no Aeroporto Santos Dumont, forneceu como sede o endereço de uma escola, em Campinas (SP).

O serviço foi executado pouco antes da decolagem do jatinho Cessna prefixo PR-AFA, que caiu em Santos matando Campos e outras seis pessoas de sua campanha.

O atendimento aeroportuário prestado pela Líder incluiu o oferecimento de uma sala vip, embarque dos passageiros, bagagem e transporte terrestre dentro do aeroporto.

O PSB não quis comentar o caso.

No endereço apresentado pela Lopes e Galvão funciona uma escola de educação infantil.

Marília Priscila Galvão, sócia-fundadora da escola, diz que o primeiro nome do estabelecimento, fundado em 1991, foi de fato Lopes e Galvão Ltda.

Segundo ela, a escolinha foi aberta com um de seus genros, Adalberto Lopes Junior.

Na época, o registro de empresas em Campinas era feito em cartório.

A escola de educação infantil Lopes e Galvão Ltda teve seu nome alterado em 2002, com a saída de Lopes Junior, para Centro Educacional Laporte.

Em 2004, teve seu registro efetuado na Junta Comercial do estado de São Paulo.

Marília se disse surpresa de ver o nome Lopes e Galvão envolvido com pagamento de despesas de avião.

Perguntada se tem algum vínculo com a AF Andrade, a operadora do avião no qual viajava Campos, Marília negou: — Não tenho nada a ver com isso.

Não conheço ninguém nessa empresa — afirmou Marília, que recorreu a seu contador para chegar à conclusão de que o nome da empresa pode ter sido usado indevidamente por terceiros.

Na Junta Comercial de São Paulo constam duas outras empresas como mesmo nome: Lopes e Galvão Ltda, aberta em outubro de 1957, e Comércio e Indústria Lopes Galvão Ltda.

Não há informações disponíveis sobre elas, à exceção do Número de Identificação do Registro de Empresas (NIRE).

Oficialmente, o avião pertencia à Cessna Finance Export Corporation e era operada pela empresa privada AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda, por meio de arrendamento operacional (leasing), como consta no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da Agência Nacional de Avião Civil (Anac).

Entretanto, segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, as despesas do avião usado na campanha de Campo não foram pagas pela AF Andrade.

Segundo uma fonte, o jato teve apoio em solo da Líder, que fez todo o serviço.

Especialistas da área ouvidos pelo GLOBO disseram que, teoricamente, quem deveria arcar com os custos e serviços deveria ser a AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda, que arrendou a aeronave.

Procurada pelo GLOBO, a Líder Táxi Aéreo confirmou que fez o apoio de solo no Santos Dumont, mas se recusou a informar quem arcou com os custos, alegando se tratar de assunto confidencial celebrado em contrato.