Por Marcela Balbino, repórter do Blog, de Floresta ATUALIZADA ÀS 7h54 Na passagem pelo município de Floresta, no Sertão do São Francisco, para acompanhar as obras da Transposição do Rio São Francisco e gravar imagens para o guia eleitoral, a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) saiu em defesa da presidente da Petrobras, Graça Foster, sobre a revelação da doação de imóveis no Rio de Janeiro para parentes no início deste ano.
A grande ironia na fala de Dilma é que ela se dá em Pernambuco, terra do ministro do TCU José Jorge, ex-deputado federal pelo PFL e ex-ministro de Minas e Energia da gestão FHC quando a plataforma P36 adernou no mar. “A presidente Graça Foster respondeu perfeitamente sobre a questão dos seus bens, numa nota oficial.
Eu repudio completamente a tentativa de fazer com que a Graça Foster se torne uma pessoa que não pode exercer a presidência da Petrobras”.
Segundo Dilma, Graça Foster imprimiu na Petrobras uma gestão que permitiu que a agência internacional de energia reconhecesse a importância do aumento da produção de petróleo.
A presidente afirmou lamentar a tentativa de usar a Petrobras como “arma política.” “Eu lamento profundamente a tentativa a cada eleição de se fazer, primeiro, uma CPI da Petrobras e segundo de criar esse tipo de problema.
Eu me pergunto, por que ninguém investigou o afundamento da maior plataforma de petróleo?
Por quê?
Por que ninguém investiga a troca de ativos feitos entre a rapsol naquela época em que a empresa comprou uma parte dos ativos e trocou com a Petrobras?
Eu acho extremamente equivocado, colocar a maior empresa de petróleo, sem dúvida nenhuma da América Latina e a maior do Brasil, sempre durante a eleição como arma política ou como objeto de discussão política".
Sobre a defesa dos ministros do TCU a Graça Foster Dilma chamou de “maluquice” e disparou: “A Graça Foster e a diretoria inteira da Petrobras representam a União.
Nós, apesar de terem vendido as ações de controle, chegando ao mínimo [durante o governo do FHC], quando fizemos o aporte dos cinco bilhões de reserva, na chamada outorga onerosa, nós mantivemos, ampliamos um pouco mais o controle.
A Petrobras é controlada pela União.
A diretoria da Petrobras representa a União. É de todo o interesse da União defender a Petrobras.
Nada tem de estranho esse fato.
Pelo contrário, é dever do Ministro da Justiça defender a Petrobras”. “Estranho seria se eles não fossem lá defender a Petrobras”.
Polêmica no Congresso O líder do Democratas na Câmara, Mendonça Filho (PE), assim como o deputado Rodrigo Maia (RJ), membro do partido na CPMI da Petrobras, defenderam a saída imediata de Graça Foster do comando da estatal após seu nome estar envolvido em outra denúncia que envolve o Caso Pasadena.
De acordo com ambos, a situação ficou insustentável após a descoberta de que Graça, assim como o ex-diretor da estatal, Nestor Cerveró, doou imóveis a parentes logo após o estouro do escândalo sobre a compra da refinaria.
Com a revelação da manobra pelo jornal O Globo de ontem (20/7), o TCU chegou a suspender a sessão que analisava o bloqueio de bens dos ex-dirigentes. “Toda essa movimentação se configura como uma obstrução ao trabalho da Justiça.
Eles empreenderam a ação de ocultamento e repasse de patrimônio. É um ato gravíssimo que só suja ainda mais sua gestão à frente da empresa.
A Graça Foster perdeu a condição de continuar na Presidência da Petrobras”, declarou Mendonça.
Já o deputado Rodrigo Maia acredita que a Justiça precisa achar uma forma de reaver todos os bens transferidos antes do escândalo. “Tudo que foi transferido pela presidente da Petrobras posterior à entrevista de Dilma em março precisa ser bloqueado.
Será que depois de tudo isso, Graça ainda tem condições de continuar presidente da Petrobras”, questionou.