Por Jamildo Melo, editor do Blog A empresa pernambucana de importação de Pneus Bandeirantes Companhia de Pneus S.A, com sede em Jaboatão dos Guararapes e que usava o porto de Suape em suas operações, negou, nesta tarde, que estivesse comprando o avião que Eduardo Campos usava, na semana passada, quando caiu em Santos.
A informação de que a empresa assumiria a eventual compra foi divulgada hoje cedo pelo jornal Folha de São Paulo, com base em informações do grupo paulista que arrendava a aeronave.
Desde o acidente, na semana passada, em Santos, o nome do operador do avião está envolto em mistério.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) abriu investigação para descobrir o verdadeiro dono da aeronave.
De acordo com a reportagem da Folha de São Paulo, um grupo de empresários de Pernambuco assumiria que estava comprando a aeronave em que o presidenciável Eduardo Campos viajava.
O avião, de prefixo PR-AFA, está em nome Cessna Finance Export Corporation, mas era operado pelo grupo Andrade, do setor sucroalcooleiro em Ribeirão Preto (SP).
Ele foi colocado à venda por cerca de US$ 7 milhões.
De acordo com o jornal paulista, o empresário pernambucano João Carlos (Lyra) Pessoa de Melo teria procurado a corretora que representava a Andrade, em maio, e teria assinado compromisso de compra do avião. “Ao mesmo tempo, uma outra empresa, a Bandeirantes Companhia de Pneus, assumiu o leasing frente à Cessna.
Oito prestações já teriam sido pagas pelo grupo de empresários.
O valor seria abatido no final da operação de compra e venda”, informa o jornal paulista.
O advogado Ricardo Tepedino, da Andrade, confirma as informações ao jornal paulista e disse que elas já foram encaminhadas à Anac.
Aqui em Pernambuco, no começo da noite desta quinta, a empresa pernambucana enviou a nota de esclarecimento ao Blog de Jamildo.
A nota é bem sintética, como são os pneus. “A Bandeirantes Companhia de Pneus S.A. teve interesse na aquisição da aeronave PR-AFA, de propriedade da Cessna Finance Corporation, arrendado pela A.F.
Andrade.
A operação não se realizou porque estava condicionada à aprovação pela Cessna do cadastro da Bandeirantes, o que não ocorreu até a data do lamentável acidente com o avião.
Bandeirantes Companhia de Pneus S.A.”., diz o texto.
Em uma nota de esclarecimento complementar, a Bandeirantes Companhia de Pneus S.A. negou também que em algum momento tenha pago parcela de leasing da aeronave PR-AFA, de propriedade da Cessna Finance Corporation, bem como de qualquer outra despesa da aeronave, como combustível, tripulação, etc.
Os dois empresários acionistas da Bandeirantes Companhia de Pneus são João Carlos Lyra Pessoa de Melo e Apolo Santana Vieira, que foi apontado inicialmente como comprador da aeronave.
O nome de Apolo Santana Vieira aparece em suposta fraude na importação de pneus, denunciada pelo MPF em Pernambuco, a partir da Receita Federal.
Veja aqui.
O jornal paulista informa que João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho é usineiro e amigo de Eduardo Campos.
O blog apurou que empresário é filho de usineiros, com origem na Usina Água Branca, mas não tem mais usinas.
O pai dele chamava-se João Carlos Pessoa de Mello e era o dono da Usina 13 de Maio, já fechada.
Outro tio dele era Eduardo Pessoa de Mello, o dono da Usina Água Branca, já fechada aqui em Pernambuco, em Quipapá, na Região de Garanhuns.
Veja aqui.
A origem da família era a Agua Branca, mas os dois irmãos brigavam muito e a mãe dele comprou a 13 de Maio para separar João Carlos e Dodô (Eduardo).
De acordo com usineiros locais, o empresário agora operaria como fornecedor em São Paulo, o que poderia explicar o elo com a empresa de Ribeirão Preto.
Há relatos de que trabalha também com factoring e com uma empresa de terraplanagem.
A novela ao que parece estar só começando.
To be continued.