A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, impôs restrições a alguns dos acordos regionais costurados com o PSDB por Eduardo Campos, seu antecessor na cabeça de chapa morto na quarta-feira da semana passada após a queda de seu avião em Santos, no litoral paulista.
Dos 14 palanques estaduais que Campos articulou para sua campanha, Marina e seus aliados da Rede - partido que tentou criar sem sucesso no ano passado - decidiram que pretendem ficar longe de pelo menos dois: São Paulo, com Geraldo Alckmin, e Paraná, com Beto Richa.
A ideia é que ela faça campanha autônoma descasada dos dois tucanos e transfira aos dirigentes regionais do PSB a agenda conjunta.
Ficará permitido apenas que os candidatos a deputado federal e estadual utilizem material de campanha com imagens suas com os dois tucanos.
A premissa parte do pressuposto de que nesses locais estão sendo respeitadas as condições anteriores à morte de Campos.
Marina, que será oficializada nesta quarta-feira, 20, como candidata do partido, foi contrária às duas alianças e comunicou isso ao então candidato, que compreendeu sua posição.
Tanto que nos locais em que ela não se opôs, como com a candidatura do tucano Paulo Bauer (PSDB) em Santa Catarina ou de Lindbergh Farias (PT) no Rio, a Rede aceita a campanha conjunta.
DOCUMENTO - O PSB vai entregar hoje a Marina um documento com todos os acordos firmados por Campos, mas pretende dar liberdade para atuar sobre eles.
O presidente da legenda, Roberto Amaral, disse que o texto procura resguardar acordos, mas não pode ser encarado como uma condicionante para Marina. “Não há nenhuma carta de compromissos.
Vamos conversar com ela sobre as novas condições que surgiram com a morte de Eduardo”, disse Amaral, para quem, apesar das discordâncias de Marina, não é possível desfazer os acordos regionais.