Lula e Dilma teriam deixado velório de Eduardo Campos avaliando cenário eleitoral.
Foto: Edmar Melo/JC Imagem A entrada da ex-ministra Marina Silva na campanha eleitoral e os votos que ela pode tirar do PT no Nordeste foram os principais assuntos da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro que tiveram no domingo, 17 no Recife, logo depois da missa de corpo presente do ex-governador Eduardo Campos.
Após a missa, Dilma e Lula pegaram o mesmo carro.
Aproveitaram para conversar sobre a realidade surgida com a morte de Campos e sobre a possibilidade de perda de votos para Marina.
Há uma preocupação no governo de que a comoção observada com as circunstâncias trágicas da morte de Campos possa reverter em votos para a ex-ministra no Nordeste, especialmente em Pernambuco.
O principal temor se deve ao fato de que se considerava que a petista já estivesse consolidada na região.
A possibilidade de segundo turno também preocupa.
O PT trabalhava com esse quadro, mas torcia para que ele não se concretizasse.
Com Marina na disputa e a comoção em torno de Campos, os petistas acreditam que muitos eleitores que estavam indecisos ou desiludidos com a política poderão aderir à ex-ministra do Meio Ambiente.
Muitos acreditam que Marina conseguirá arrebatar os descontentes de junho do ano passado e descrentes da política, que poderão apostar nela, como válvula de escape.
Num segundo turno, os candidatos têm o mesmo tempo de propaganda na TV.
No primeiro, Dilma tem ampla vantagem.
A petista dispõe de 11 minutos, Aécio, pouco mais de 4 minutos e meio e Marina, cerca de 2.
Os petistas preferem enfrentar o tucano Aécio Neves na segunda etapa da disputa.
Acreditam que o tradicional discurso polarizado antielite funciona.
Apesar de haver consenso de que o segundo turno se tornou uma realidade, ainda há dúvidas se a comoção se manterá até 5 outubro, dia da eleição.
Ou seja, espera-se um crescimento inicial da ex-ministra.
Resta saber se ele se manterá até o momento de o eleitor ir à urna.