Foto: divulgação Por Jarbas Vasconcelos Eduardo Campos foi, sem dúvida alguma, o político mais brilhante de sua geração, com uma inteligência, uma determinação e uma capacidade de trabalho únicas.

Seu desaparecimento é uma perda irreparável para a política brasileira, mas é uma perda ainda maior para seus familiares e amigos.

Em Pernambuco, essa foi uma tragédia sem precedentes para todos nós que estamos nessa luta para construir um Brasil melhor.

A liderança de Eduardo era inquestionável e ele tinha muito a colaborar para o debate elevado sobre o que realmente deve ser discutido na eleição presidencial deste ano.

Por isso, Eduardo deixa uma lacuna que não será preenchida.

Existem aqueles que são insubstituíveis. É o caso.

Ainda mais quando Eduardo começava agora a sua trajetória nacional.

Ele não se intimidava diante de um cenário momentaneamente desfavorável.

Tenho certeza que Eduardo surpreenderia a todos nas eleições deste ano, tão logo começasse a campanha de rádio e TV.

Ele estava sintonizado com o desejo de mudança, com as bandeiras de transformação do Brasil.

O desempenho firme e sóbrio de Eduardo na entrevista ao Jornal Nacionalfoi mais uma demonstração exemplar dessa sua capacidade diferenciada de comunicação, do seu carisma e da sua facilidade em expressar suas ideias e seus ideais.

Mesmos os adversários de Eduardo o admiravam.

Podiam discordar das suas propostas, mas respeitavam o destemor com o qual empunhava suas bandeiras.

Sei disso porque Eduardo e eu estivemos em campos políticos opostos durante 20 anos.

Mas a nossa reaproximação política em 2012 representou também um reencontro pessoal e afetivo.

A política havia nos afastado, mas terminou criando também a oportunidade da reaproximação.

Não foram poucas as vezes que nos encontramos, nos dois últimos anos, para contar histórias de campanhas eleitorais passadas, algumas comuns aos dois e outras que ocorreram quando militamos separados.

De lá para cá, era sempre inspirador observar a determinação com a qual Eduardo se dedicava ao seu projeto, ao seu sonho de chegar à Presidência da República, viajando o Brasil de Norte ao Sul, de Leste ao Oeste.

Quis Deus que sua partida tenha ocorrido nessas circunstâncias. É sempre chocante quando assistimos a uma vida jovem, repleta de perspectivas ser encerrada dessa forma repentina e trágica.

A fatalidade desse dia 13 de agosto de 2014 ainda vaificar conosco durante muito tempo.

Nenhum de nós imaginava que o encerramento da fala de Eduardo no Jornal Nacionalserviria de estímulo para que a gente permaneça no caminho que ele acreditava ser o melhor: “Não vamos desistir do Brasil. É aqui onde vamos criar nossos filhos, é aqui onde temos de criar uma sociedade mais justa.

Para isso, é preciso ter a coragem de mudar, de fazer diferente, de reunir uma agenda, a agenda da escola em tempo integral para todos os brasileiros, a agenda do Passe Livre, a agenda de mais recursos para a saúde, a agenda do enfrentamento do crack, da violência.

O Brasil tem jeito, vamos juntos”.

Eduardo tinha um projeto para o Brasil, tinha sonhos que a gente tem a obrigação de levar adiante.

Jarbas Vasconcelos é senador pelo PMDB de Pernambuco.