Foto: divulgação/PSB Antes de falecer tragicamente nessa quarta-feira (13) em um acidente aéreo ocorrido em Santos, no litoral de São Paulo, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) se preparava para lançar seu programa de governo na disputa para a Presidência da República.

O documento foi inicialmente previsto para junho, adiado para o final de julho e depois para meados de agosto.

O texto estava sendo conduzido pelo ex-deputado federal Maurício Rands (PSB) e pela socióloga Neca Setúbal, uma das herdeiras do banco Itaú.

Apesar de não ter apresentado ainda o plano de governo integral, Campos já havia lançado algumas das propostas que prometia detalhar posteriormente.

A maioria delas, extremamente ambiciosas.

Leia também: Sepultamento de Eduardo Campos pode ocorrer apenas no domingo Missa de corpo presente de Eduardo será na Praça da República Eduardo Campos será sepultado no mesmo túmulo do avô Miguel Arraes O pernambucano queria, por exemplo, universalizar o ensino integral no País, implantar o passe livre no Brasil e ampliar para 10% das receitas brutas da União o investimento no Sistema Único de Saúde (SUS).

Cobrado sobre as fontes de recursos, o ex-governador dizia que a equipe da campanha estava fazendo todas as contas e apresentaria a viabilidade dentro do orçamento atual.

A ideia era evitar o aumento dos gastos públicos, que poderia prejudicar outra das promessas de Campos: reduzir a inflação para o centro da meta oficial, de 4,5%.

Normalmente menos importante nas disputas eleitorais, o programa de governo do PSB foi exaltado pelo próprio partido que se jactava de ter criado uma candidatura em bases programáticas.

O compromisso havia sido firmado entre o pernambucano e a ex-senadora acriana Marina Silva.

Leia também: Morte trágica torna Eduardo Campos um ícone da política nacional João Lyra vai a São Paulo para tentar liberar corpo de Eduardo Campos Depois da aliança com Marina, Campos realizou uma série de encontros regionais e temáticos para colher propostas para o plano de governo.

Pela Internet, o partico coletou mais de seis mil sugestões de pessoas de todo o País.

Um grupo de especialistas trabalhou em cima delas para analisar a viabilidade.

O documento iria substituir uma série de diretrizes programáticas genéricas que foram apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o registro da candidatura.

O programa de governo pode ser aproveitado pelo PSB, caso o partido decida manter a candidatura presidencial, indicando outro candidato para substituir o pernambucano.

A legislação eleitoral dá dez dias de prazo para fazer a troca.