Os vizinhos anônimos do ex-governador Eduardo Campos: Seu Luiz e dona Ana Cristina Lemos.

Foto: Mariana Dantas/BlogImagem Com informações da repórter Mariana Dantas, do NE10 Há três décadas, o advogado Luiz Carlos Cordeiro, 70 anos, mora frente a frente com o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), que faleceu nesta quarta-feira (13) em um acidente aéreo em São Paulo.

O servidor público aposentado conheceu o socialista ainda jovem, aos 17 anos.

Por 36 anos compartilhou a vizinhança com o político.

Até a tragédia que vitimou o candidato à Presidência da República.

Incrédulo com a notícia do desastre, Seu Luiz transformou a dor em solidariedade e abriu as portas da casa, em Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife, para receber os profissionais da imprensa e ajudá-los durante a difícil e trágica cobertura. » Marina diz que Eduardo Campos acreditou em seus ideais até últimos segundos de vida » Dilma via “futuro extremamente promissor” em Eduardo Campos » João Lyra espera que vida de Eduardo Campos sirva de exemplo para a política Durante a visita, Seu Luiz rememorou alguns fatos ao longo dos 36 anos de convivência com Eduardo Campos. “Ele sempre foi muito educado e atencioso”, contou o aposentado, relembrando que era difícil encontrar com o vizinho por causa da agenda atribulada do ex-governador. “Ele era muito ocupado, mas sempre que nos encontrávamos ele parava o carro para falar comigo”, comentou, oferecendo um cafezinho para a repórter.

Um traço da generosidade de Eduardo Campos, destacado pelo vizinho, foi o apoio dado pelo candidato à Presidência da República durante um tratamento de saúde. “Há 20 anos, eu tive um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Eduardo chegou de Brasília e veio me visitar antes de parar em casa”, contou. » Lula se diz profundamente entristecido com morte de Eduardo Campos » “Foi a morte de uma esperança que eu tinha”, diz Cristovam Buarque sobre Eduardo Campos » Sonho socialista interrompido Outra lembrança de Seu Luiz sobre o lado mais humano do ex-governador de Pernambuco foi a ajuda que recebeu de Eduardo quando teve um aneurisma abdominal. “Eduardo ligou para um amigo médico para que ele me ajudasse e me desse toda a assistência”, disse Seu Luiz, que não desgrudava os olhos da televisão, abatido por não acreditar na tragédia que se abateu sobre o candidato e outros quatro assessores.

O ex-governador de Pernambuco morreu na queda do jatinho que o levava para Santos, em São Paulo.

Eduardo morreu no mesmo dia que o seu avô, Miguel Arraes, que faleceu em 2005.

O candidato completou 49 anos nesse domingo (10).

De acordo com a Força Aérea, a aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, caiu às 10h.

A aeronave decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP).

Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo.

Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave.