O candidato a vice-governador pela Coligação Pernambuco Vai Mais Longe, Paulo Rubem (PDT), atacou as duas principais ações do atual governo na área da educação - Ganhe o Mundo e a distribuição de tablets - ele questionou o impacto desses dois programas nos indicadores da Rede Estadual de Ensino.

Em entrevista à Rádio Globo Recife, o vice disse que o governo de Armando Monteiro Neto (PTB) vai fazer uma revolução na educação de Pernambuco. “Quantos alunos foram enviados para intercâmbio no exterior?

Digamos que tenhamos perto de um milhão de alunos na Rede Estadual de Ensino e que desse total dois mil alunos foram enviados para fora do Brasil.

Para quem foi é uma experiência inesquecível, para os pais que foram ao aeroporto levar e receber esses jovens também foi algo fantástico.

Porém, não geram impactos nos indicadores de toda a rede.

Queremos assumir o Governo de Pernambuco, eu e Armando, para que tenhamos uma política de estado.

Eu não posso dar atenção a apenas mil, dois mil alunos e esquecer do restante, 998 mil”, argumentou Paulo Rubem.

Na avaliação do candidato a vice-governador, o Estado tem obrigação de produzir indicadores para toda a rede estadual de educação e não fazer políticas localizadas. “Nós queremos ser um governo de indicadores para toda população de Pernambuco.

O mesmo governo que mandou dois mil alunos para estudar língua estrangeira fora do país é o governo que em oito anos não erradicou o analfabetismo em Pernambuco, é o governo que ainda tem 205 mil crianças e adolescente de 7 a 17 anos fora da escola. É um estado que tem como taxa de analfabetismo mais que o dobro da média nacional”, criticou.

Na entrevista, Paulo Rubem tentou deixar claro que não é contra o programa Ganhe o Mundo e afirmou que o governo estadual tem a opção de escolher entre o marketing ou implantar uma política de estado. “Qual o caminho mais fácil? É preparar vitrine, fotografar, é botar outdoor. É isso que o atual governo está fazendo.

Nosso desafio é superar esse governo, que tomou iniciativas, fez, ninguém vai negar o que foi feito, mas não podemos negar que foram iniciativas de um modelo publicitário, não de um modelo pedagógico.” A critica do candidato a vice-governador na coligação Pernambuco Vai Mais Longe também se estendeu à distribuição dos tablets. “É evidente que quanto mais acesso a equipamentos tecnológicos mais você motiva o jovem e a criança a se desenvolver.

Mas, isso não é uma varinha mágica que automaticamente distribuiu o tablet ele vai ter inclusão digital, ele vai aprender mais, ele vai navegar melhor na internet.

Na maioria das vezes nem internet você tem nas escolas”, disse.

No dizer de Paulo Rubem seria muito mais importante o Estado pensar a rede como um todo e cumprir com suas verdadeiras responsabilidades: toda criança na escola, professor habilitado em sala de aula, concursado e com carreira, uma rede de monitoramento do estado e município para que nenhuma criança esteja fora da escola. “Aí você vai universaliza o acesso à educação e valoriza o profissional da educação.”