Ao participar de uma sabatina na Faculdade de Ciências Humanas de Pernambuco (Sopece), no bairro da Boa Vista, o candidato ao Senado pela Coligação Pernambuco vai mais longe, deputado João Paulo, deu uma nova versão sobre a origem do projeto imobiliário Novo Recife.
Segundo ele, a área foi privatizada no governo Fernando Collor. “Eu não conheço profundamente o projeto.
Mas nós tínhamos um projeto para aquela área que é o que eu defendo e foi elaborado na minha gestão - era uma parceira público-privada, em que estavam as Prefeituras de Recife e Olinda, o Governo Federal e a iniciativa privada -, com o objetivo de reaver a área do Cais José Estelita, que foi privatizada no Governo Collor.
Havia uma concepção de prédio mais baixo perto do Cais que ia subindo com área de lazer, era um complexo que sairia do Cais José Estelita até Olinda, pegando a Vila Naval, fazendo uma integração com a visão do turismo.
Esse é o projeto que eu defendo”, disse, sobre o Novo Recife.
Na verdade, a área foi a leilão público no governo Lula, quando João Paulo era prefeito do Recife inclusive.
O leilão público foi realizado pela Caixa Econômica Federal, não me lembro se em São Paulo ou no Rio de Janeiro.
O Blog de Jamildo na época furou todo mundo ao revelar que o grupo privado pagou R$ 55 milhões pela área com o objetivo de implantar um projeto imobiliário, na área degradada há séculos.
A privatização da Malha Nordeste foi realizada no governo Fernando Henrique Cardoso, vencida por um consórcio liderado pelo grupo Vicunha, do empresário paulista Benjamin Steinbruch.
A ex-RFFSA foi comprada por R$ 15,8 milhões, com um ágio de 37,85%.
Steinbruch teve como sócios o Bradesco, a Companhia do Vale do Rio Doce (CVRD) e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Somente anos depois que a área foi liberada por não ser de uso operacional e foi leiloada pelo governo Federal, sempre ávido em fazer caixa.
Sobre a recuperação da Orla. “Nós tínhamos feito um projeto para controlar o avanço do mar.
Lula, muito preocupado, garantiu R$ 18 milhões para fazer uma engorda, como foi feito em Jaboatão dos Guararapes, mas a questão é que os órgãos de meio ambiente nunca me deixaram fazer.
Agora em Jaboatão foi feito.
Mas acho que é crucial para a preservação do litoral pernambucano, como espaço coletivo”.
No evento, o candidato ainda manifestou-se contra as emendas parlamentares, recordou sua gestão na Prefeitura do Recife e defendeu o legado do governo federal, ao afirmar que o País passa por um processo de mudanças importante e acelerado. “Sou contra as emendas parlamentares.
Eu tenho direito e tenho procurado utilizar da melhor forma possível.
Em relação aos shows, haveria outras prioridades.
Está aí o Teatro do Parque fechado esse tempo todo, por exemplo.
Acredito que virá da pressão social uma regulamentação para as emendas parlamentares”.