Pesquisas podem fazer você lucrar com ações da Petrobras.
Foto: reprodução do Facebook da Petrobras Por Fernando Castilho, colunista de Economia do Jornal do Commercio.
Dificilmente vamos saber quem ganhou no cruzamento das cotações das ações das estatais com os resultados dos institutos de pesquisa avaliando as perspectivas dos candidatos.
Mas é possível analisando as cotações das Bovespa nos últimos dias ver que quem comprou BB e Petrobras até quarta-feira se ferrou já na quinta e, especialmente nesta sexta, quando Petrobras PN (-4,16%) e Petrobras ON (-3,51%) cravaram grandes perdas assim como BB ON (-2,89%).
Ação subir e descer é o normal na bolsa.
O que faz muita gente olhar atravessado é o fato de que as ações de estatais virem sempre subindo na semana em que serão anunciadas as pesquisas e embicando quando saem os resultados onde apontam estabilidade da presidente Dilma Rousseff.
Isso pode acontece também ao contrário.
Uma eventual subida dos candidatos de oposição poderiam fazer as estatais subirem depois estarem na baixa dias antes do anúncio de mais uma pesquisa.
Ou subirem ainda mais se estivessem subindo ao longo da semana.
E o que pesquisa tem a ver com Bolsa de Valores?
Bom, funciona assim: Hoje, por força do desgaste do Governo Dilma, a perspectiva de uma vitória dela (reeleição) com a manutenção das equipes e das políticas atuais pode (em tese) significar para os analistas de mercados que as Petrobras e o BB, por exemplo, continuariam com as mesmas posturas.
Ou seja: com forte interferência do governo.
Isso quer dizer uma perspectiva de gestão mal avaliada pelo mercado.
No caso inverso a possibilidade de Aécio e Eduardo levarem a eleição para o segundo turno abre-se a possibilidade de mudanças nas estatais o que no dia da divulgação da pesquisa faria com que as ações de estatais disparassem.
E onde está a suspeita de ganhos artificiais com isso?
O próprio diretor do Data Folha, Mario Paulino, acha que a legislação brasileira está abrindo uma janela oportunidades para se operar com essas informações.
Funciona assim: como hoje o TSE exige que instituto de pesquisa entregue o manual técnico da pesquisa com cinco dias antecedência, um instituo poderia copiar a pesquisa e obter o mesmo resultado clonado.
E para que serviria a isso?
Para especular na bolsa.
Sabendo o resultado, um operador poderia comprar um ou dois dias antes as ações que terão movimentações bruscas e obter ganhos com isso.
Com Dilma se reelegendo seria melhor comprar BB e Petrobras na baixa deixar elas subirem e vender até um dia antes da divulgação do resultado na TV no pico da alta.
Com Dilma podendo perder, o movimento seria inverso esperar para vender na alta no dia da divulgação do resultado das pesquisas com mercado apostando em Aécio e Eduardo.
Tudo isso pode ser mera teoria da conspiração de operador de bolsa.
Afinal, como ganhar tanto dinheiro que fosse suficiente para pagar uma pesquisa desse porte.
Mas o movimento vem se repetindo todas as vezes com ações do BB, Petrobras, bancos e construtoras.
Na última sexta feira o apostador numa queda de Dilma Rousseff nas pesquisas o que faria Petrobras e BB subirem mais do que já vinham subindo perdeu.
Petrobras PN foi cotada a R$ 19,31 quando tinha chegado a R$ 20,15 na quarta-feira.
Já quem vinha comprando Petrobras PN na subida e vendeu até a quarta embolsou os lucros do pico da alta.
Com BB quem comprou na baixa a 27,58 na sexta-feira (2) e vendeu na quarta (6) a R$ 28,19 embolsou um bom lucro em quatro dias.
Agora se um sabia que a pesquisa daria Dilma com 33% podendo se reeleger no primeiro turno e o outro achava que a tendência de alta da oposição seria acentuada a ponto de fazer Petrobras e BB irem as alturas com Aécio e Eduardo disparando é outra coisa.