O governo deu início na quarta-feira, 6, a uma operação para tentar evitar que a presidente da Petrobras, Graça Foster, seja responsabilizada pelos prejuízos decorrentes da aquisição da refinaria de Pasadena.
Na quarta-feira, 6, o ministro relator do caso no Tribunal de Contas da União (TCU), José Jorge, se manifestou pela inclusão de Graça e também do ex-diretor Jorge Zelada, na lista de dirigentes e ex-dirigentes da estatal responsabilizados pela corte.
O relator do processo no TCU colocou em pauta um recurso do Ministério Público junto à corte, que pedia uma correção da decisão do plenário, do dia 23, que, por unanimidade, aprovou relatório que apontou 11 ex-dirigentes entre possíveis responsáveis por um prejuízo de US$ 792,3 milhões à empresa.
Antes de submeter o caso ao plenário, contudo, Jorge pediu a retirada do processo da pauta de julgamento.
A decisão foi tomada diante da presença do ministro Luís Inácio Adams, advogado-geral da União.
Na tribuna, Adams disse não ver necessidade na indisponibilidade de bens de Graça Foster e outros indicados no processo e sustentou que o bloqueio do patrimônio da presidente da estatal causaria repercussão negativa na empresa.
Esta foi a primeira vez que um advogado-geral da União realizou uma sustentação oral no tribunal de contas.
Em respeito à presença de Adams e à defesa realizada pelo advogado da Petrobras, Jorge disse que a opção foi por adiar a análise do caso. “Sabemos que alguns ex-diretores têm inquérito.
O que eu entendo é que a decisão do tribunal não se aplica indistintamente a muitos diretores”, afirmou o advogado-geral da União, numa tentativa de dissociar Graça de nomes como o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto da Costa, preso na Operação Lava Jato.
No plenário, Adams citou nominalmente Graça, Almir Barbassa, diretor Financeiro da Petrobras, e Guilherme Estrella, ex-diretor de Exploração e Produção.
Ao deixar o tribunal, citou também o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli entre nomes que não deveriam sofrer o bloqueio.