O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, criticou hoje, em São Paulo, a situação da indústria nacional, depois de visita a uma porta de fábrica. “O Brasil vive hoje a maior crise de desindustrialização da nossa história.
Estamos hoje na porta da Voith para alertar o Brasil inteiro que esse governo perdeu a capacidade de sinalizar no caminho da retomada do crescimento do Brasil.
O governo não inspira confiança.
Sem confiança, não há investimento.
E, agora, além do quadro gravíssimo de estagflação, no qual estamos mergulhados, sem crescimento, inflação estourando o teto da meta, o que é extremamente grave, o desemprego começa a chegar ao Brasil”. “Os índices de emprego a cada mês vêm diminuindo.
Portanto, é hora de termos um novo processo de crescimento no Brasil, com tolerância zero com a inflação, com regras claras que permitam a retomada do capital interno e também do capital estrangeiro.
O Brasil não pode continuar vivendo como está vivendo hoje porque se a crise hoje é extremamente grave, no futuro será mais grave ainda”.
Aécio disse que foi ao evento selar um pacto com a classe trabalhadora, sobretudo, da indústria brasileira. “O Brasil não pode continuar tendo déficits sucessivos da sua balança comercial, de produtos manufaturados, porque isso impacta, principalmente, nos empregos de melhor qualidade.
O nosso compromisso, ao lado do governador Geraldo Alckmin e do companheiro José Serra, é termos regras absolutamente claras, estabilidade, marcos regulatórios, para que possamos resgatar a confiança dos investidores e permitir que a indústria volte a crescer no Brasil”.
Nesta quinta-feira, a exemplo do que fez Eduardo Campos, o tucano também prometeu corrigir a tabela do imposto de renda pelo IPCA. “Está no Congresso.
Só não conseguimos votar.
Aliás, nenhuma das medidas que propusemos até aqui conseguimos votar.
Nem uma que seria básica e que o PT deveria comemorar, um projeto de minha autoria que transforma o Bolsa Família em política de Estado, para que ele saia desse terrorismo pré-eleitoral, porque, não se iludam, em várias regiões do Brasil hoje existem agentes políticos dizendo que se o partido A ou B ganhar a eleição vai acabar com os benefícios de transferência de renda.
Nem isso, que superaria essa agenda, o PT deixou votar”. “E o próprio companheiro Paulinho, ao lado do líder do meu partido, deputado [ANTONIO]Imbassahy, apresentou um projeto que garante até o ano de 2019 o reajuste real do salário mínimo.
Agora, não adianta sequer isso se o Brasil não voltar a crescer.
No ano que vem isso já está precificado.
O aumento real do salário mínimo será de 1% porque o Brasil deixou de crescer.
Será que isso que é o nosso destino?
Será que é isso que merecemos?
Não.
O Brasil tem um potencial extraordinário que está adormecido em razão de um governo que perdeu a capacidade de agir.
Como disse José Serra, é um governo perplexo, é um governo à beira de um ataque de nervos, como vimos ontem em Brasília, é um governo que não sabe para que caminho ir.
Está na hora de deixar na mão de quem sabe, porque o Brasil não merece mais quatro anos desse governo, e nós sabemos fazer.”