O candidato à Presidência pela Coligação Unidos pelo Brasil, Eduardo Campos, prometeu como prioridade em seu governo a retomada do diálogo com o setor agrícola, a partir de 2015.

Ao lado de sua candidata à vice, Marina Silva, o presidenciável participou de sabatina na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e propôs mudanças na relação com o agronegócio, tendo como base uma nova agenda de desenvolvimento, voltada para a inovação e o incentivo à produtividade. “Eu e Marina vamos construir um diálogo com o olhar para o futuro, a partir de um debate sobre o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade.

Nós representamos esses novos valores e conceitos, a possibilidade de construir pontes para o Brasil avançar, com respeito às leis e investimento em ciência e tecnologia”, disse.

Em seu discurso, Eduardo reforçou aspectos de seu programa de governo e assumiu cinco compromissos para o desenvolvimento do setor no País: praticar uma nova governança do Estado brasileiro na relação com o campo e o agronegócio; implantar políticas públicas de renda articuladas para o segmento; desenvolver a infraestrutura da agricultura e da indústria; estabelecer uma nova política comercial brasileira, com maior inserção do País no cenário internacional; e transformar o Brasil em uma potência agrícola. “O objetivo central é apoiar a produtividade e a rentabilidade da agricultura e a pecuária para que chegue comida boa e barata no prato da família brasileira”, afirmou.

O candidato foi aplaudido diversas vezes.

Segundo o presidenciável, seu programa será a resposta das demandas da agricultura brasileira. “Vamos discutir a agricultura familiar e o agronegócio, conversar com as comunidades e povos indígenas, com as pessoas que vivem em assentamentos em condições subumanas.

São pautas consensuais para um futuro melhor, com educação no campo, ciência, tecnologia, inovação, produtividade e logística”, discursou.

Eduardo adiantou sua visão do papel do Ministério da Agricultura e do papel do presidente da República: “A agenda inovadora e de futuro do agronegócio não será terceirizada.

O presidente da República assumirá a liderança da condução de assuntos estratégicos, para que não emperrem assuntos transversais na burocracia”, avisou. “Vamos fortalecer o Ministério da Agricultura, e tirá-lo do balcão político para coloca-lo nas mãos da competência, de quem possa efetivamente inspirar um dialogo responsável e à altura das transformações que precisamos”.

O candidato destacou, ainda, a necessidade de revisar as políticas atuais, que ainda patinam em questões que já deviam estar fora da pauta.

E fez críticas pontuais à falta de diálogo com o mundo rural brasileiro do atual governo. “No processo histórico do Brasil, temos três assuntos fundamentais, que são a reforma agrária, as unidades de conservação e a demarcação de terras, que fazem parte do diálogo com o campo.

Porém, essa é uma pauta finita, já que a própria constituição previa que, em cinco anos, seria possível fazer toda a demarcação no País.

Não é preciso passar mais 50 anos nessa agenda.

Assim como, nas unidades de conservação, o desafio é discutir o plano de manejo sustentável, para a geração de renda das pessoas na floresta.

Estamos no estagio preliminar dessa agenda”, destacou.

Na sabatina promovida pela CNA, Eduardo falou para uma plateia composta por representantes da indústria e entidades de classe do agronegócio, que entregaram um documento com propostas para o próximo governo, envolvendo temas como direito de propriedade, regulamentações do setor, legislação trabalhista e infraestrutura do agronegócio.