Lição não aprendida Por Michale Zaindan Filho Faria bem ao candidato ao governo do estado, apoiado pelo ex-governador e postulante à Presidencia da República, assimilar as lições da derrota de Mendocinha (DEM) para o seu patrocinador, na disputa pela sucessão do senador Jarbas Vansconcelos.
Mendoncinha era vice-governador, tinha o apoio do ex-governador do estado, um longo tempo de Televisão e uma cara estrutura de campanha.
Mesmo assim perdeu fragorosamente para Campos, no primeiro turno do pleito eleitoral.
Muito se discutiu com o próprio Mendonça Filho as causas dessa derrota política, quando parecia que estava tudo pronto para ele ganhar - inclusive as pesquisas do empresário Antonio Lavareda, que davam como certa a sua vitória.
O mesmo ocorreu com Roberto Magalhães, na disputa com João Paulo para a Prefeitura do Recife, incluindo-se naturalmente a arrogância e o sapato alto desse candidato.
De nada adianta encher as ruas, as pontes, as calçadas e estradas, de cavaletes com foto e imagem, se ninguém conhece o passado do candidato, de suas capacidades e talentos administrativos.
Só se a expectativa dos patrocinadores do candidato estejam ancoradas na presuntiva transferência de votos do ex-governador para o seu protegido, como ocorreu com o atual prefeito do Recife.
Só que aí, existe uma grande diferença: o colégio eleitoral é outro, não é o Recife.
As alianças, são outras.
E o desempenho da campanha presidencial de Campos tem se mostrado pífio, até agora (não passando dos 10%).
Longe do Poder Executivo e com um desempenho sofrível, a influência eleitoral do ex-governador promete ser pequena.
E como o seu candidato local é desconhecido, não será a mera propaganda visual (ou o tempo de televisão) que vai ajudar eleger o ungido pelo PSB.
Do outro lado, a coligação que sustenta a candidatura do senador Armando Monteiro padece de uma inconsistência programática muito grande.
Como é que um membro de uma tradicional família de usineiros e de industriais em concordata, que usou a estrutura da FIEP, CNI e sistema S para fazer carreira política, e que ainda como deputado federal apresentou projeto extinguindo direitos trabalhistas, em nome da competitividade da empresa nacional, pode se apresentar como representante dos trabalhadores de Pernambuco? - Acho que só o deputado João Paulo de Lima acredita (?) nessa falácia eleitoral.
A sigla partidária PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) já há muito tempo tornou-se uma legenda de aluguel para políticos que nada têm de trabalhista ou trabalharam uma única vez na vida.
Foi criada por Getúlio Vargas, durante o fim da ditadura do Estado Novo, para garantir a eleição de políticos de sua confiança.
Os militares não devolveram a Leonel Brizola a legenda, que lhe era de direito como herdeiro do legado varguista.
Deram-na a Ivete Vargas que repassou a políticos clientelistas e fisiológicos no Congresso.
De lá para cá, tornou-se uma autêntica legenda de aluguel sem nenhuma significação semântica digna desse nome.
A captura dessa legenda desfigurada pelos políticos de Pernambuco é o último capítulo dessa triste história partidária.
Mais lamentável é a aliança com o PT.
Afinal de contas, qual é o propósito de uma aliança como essa? - Os interesses da classe trabalhadora? - Duvido. É uma aliança eleitoral, como as outras.
Sem nenhuma identidade programática ou ideológica.
Pode até ganhar as eleições no estado, mas os tabalhadores não terão muito a ganhar com essa aliança do empresário (pouco eficiente) com o ex-metalúrgico da Ação Operária Católica.
Que Deus abençoe a todos!