O líder do Democratas na Câmara, Mendonça Filho (PE), entrou, na tarde desta segunda-feira (4/8), no plenário da Casa com um requerimento de convocação ao ministro Ricardo Berzoini (Relações Institucionais).

A intenção é que ele explique a participação de um dos seus principais assessores no suposto esquema de fraude em depoimentos de aliados para a CPI da Petrobras no Senado, bem como sua possível extensão para a CPI mista.

A denúncia publicada pela Revista Veja nesse sábado (2/8) revela como os depoentes tinham acesso às perguntas que seriam feitas pelos parlamentares aliados, transformando a comissão de inquérito em teatro.

Junto à convocação de Berzoini ao Plenário da Casa, outro requerimento convoca o ministro e convida o assessor denunciado, Paulo André Argenta, além de outros dois assessores de Lideranças do Senado citados (Governo e PT), para prestarem esclarecimentos na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. “Não dá para nós termos uma CPI que seja manipulada pelo Palácio do Planalto.

Isso é uma interferência absurda e indevida na independência do Legislativo e nas prerrogativas de qualquer comissão parlamentar de inquérito.

Apurar os fatos com os envolvidos nos dará a oportunidade de revelar se esse esquema se deu exclusivamente na do Senado ou se foi estendido para a CPMI”, justificou Mendonça.

Os requerimentos citam o depoimento já coletado pela CPI Mista da atual presidente da estatal, Graça Foster.

O roteiro de perguntas feitas pelo relator da comissão, o deputado Marco Maia (PT-RS), é praticamente igual ao que foi usado pelo relator da CPI no Senado, José Pimentel (PT-CE), o que levanta a suspeita de que a fraude também existiu na Comissão Mista. “Nada melhor do que o homem das relações institucionais para responder por esse suposto esquema que teria também afetado a CPMI.

A revista, inclusive, acusa diretamente seus assessores graduados de participarem desse teatro montado”, lembrou o líder.