Antônio Lavareda, Renato Meirelles e Mônica Bérgamo.
Foto: Divulgação O estudioso das classes emergentes brasileiras, presidente do Instituto Data Popular e um dos autores do livro Um país chamado Favela, Renato Meirelles, é o convidado deste sábado (2), no programa Ponto a Ponto, comandado pela jornalista Mônica Bergamo e o sociólogo Antonio Lavareda, com exibição na BandNews TV.
De acordo com pesquisa do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), realizada no 2º trimestre de 2014, 54% dos endividados do Brasil são da classe C; 39% pertencem à B; 5% à E e, por último, apenas 2% correspondem à classe A.
Perguntado sobre ao que a classe C imputa a esperança de um País decente, Meirelles diz que “ela acha que a vida privada vai melhorar e quando se pergunta se o Brasil também vai melhorar, esse número é em geral 30% menor.
Quando a gente pergunta o porquê, ela responde ‘porque a vida depende do meu trabalho.
O Brasil depende do político e político você sabe como é.’ É como se da porta para dentro de casa, as coisas estivesse melhor do que da porta para fora”, argumenta.
Outra pesquisa, realizada pelo Data Popular, entre os dias 15 e 20 de junho de 2014, aponta os principais responsáveis pela melhoria de vida da Classe C.
Dos entrevistados, 89% dizem eu/meu próprio esforço; 78% respondem a própria família; 66% atribuem a Deus; 29%, à economia e 25% à sorte. “O interessante é que mal o Governo aparece nas respostas”, lembra o estudioso.
Meirelles conhece bem de perto a realidade das favelas brasileiras.
No seu livro – escrito em parceria com um dos maiores ativistas sociais e culturais do Brasil e criador da CUFA (Central Única das Favelas), Celso Athayde –, eles constataram que há quase 12 milhões de pessoas morando em favelas.
Se existisse um estado da federação chamado Favela Brasileira, seria o 5° maior Estado do País.
Desses, 65% são da classe C. “As pessoas mudaram o nível de exigência com os recursos públicos.
Eles não querem mais cestas básicas, querem um Plano Nacional de Banda Larga.
Não querem mais dentadura, querem Prouni”, afirma.
O Ponto a Ponto tem reprise no domingo (3), às 16h30, 20h30 e meia-noite.