Arte: NE10 Independente do lado ou da opção partidária, os políticos pernambucanos registraram em vários agradecimentos a contribuição do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, falecido nesta quarta-feira (23), para o enriquecimento da cultura de Pernambuco.
Conhecido por ter posições firmes, Ariano sempre se furtou da imparcialidade.
Com a política arraigada à biografia, o escritor perdeu o pai, João Suassuna, na Revolução de 1930, no Rio de Janeiro.
Nas últimas três eleições presidenciais, ele foi ferrenho apoiador do PT.
Mas, por causa da relação familiar com Eduardo Campos, tornou-se defensor entusiasmado do socialista.
Ariano é tio de Renata Campos, ex-primeira-dama do Estado.
O governador de Pernambuco, João Lyra, relembrou a última aula-espetáculo dada por Ariano Suassuna, no 24º Festival de Inverno de Garanhuns.
Lyra destacou o amor externado pelo professor no palco.
Arte: NE10 “Estive em Garanhuns na última sexta-feira, durante o Festival de Inverno, ocasião em que Ariano Suassuna apresentou uma aula-espetáculo.
Mesmo com a saúde frágil, ele externava seu amor por estar num palco, falando para os mais jovens, contando seus causos, histórias de sua vida e do imaginário popular”, rememorou Lyra.
O governador também comentou sobre a militância política de Ariano, que era presidente de honra do PSB. “O bom humor sempre foi sua marca, somada a profundos conhecimentos do imaginário popular e uma inteligência muito acima da média.
A obra de Ariano permanecerá eterna na mente de todos nós que convivemos com ele, mas tenho certeza de que também será lembrada e venerada pelos mais jovens e pelas futuras gerações”, afirmou Lyra, que decretou luto oficial de três dias em Pernambuco. » LEIA O ESPECIAL SOBRE ARIANO SUASSUNA PRODUZIDO PELO NE10 » Lula e Dilma prestam última homenagem a Ariano Suassuna » Para Eduardo Campos, Ariano deixa exemplo de dignidade e amor ao Brasil O candidato do PSB ao Senado, Fernando Bezerra Coelho, disse ter recebido a notícia da morte de Ariano com “imenso pesar”.
FBC também destacou o engajamento do escritor e o entusiasmo nas campanhas. “Sertanejo, Ariano sempre foi um grande exemplo para todos nós, de luta, dedicação e fé.
Trabalhamos juntos pela primeira vez no governo do saudoso Miguel Arraes e aprendi muito com ambos.
Ariano era um homem engajado no campo da política e tantas vezes militamos juntos.
Em 2006, quando poucos acreditavam na vitória da Frente Popular, era ele que nos animava, nos entusiasmava.
Hoje perdemos um patrimônio cultural.
Um amigo e alguém que, mesmo sendo erudito, conhecia como poucos a linguagem popular”, comentou FBC.
Arte: NE10 Paulo Câmara, candidato da Frente Popular ao governo do Estado, também lamentou a perda do escritor. “Ariano é referência para todos pernambucanos.
Nascido na Paraíba, foi na nossa terra que criou raízes e deu frutos, os melhores frutos, saboreados por todos os brasileiros.
Defendeu a cultura nacional e nosso oxente, fez o povo rir e refletir com suas obras”, defendeu Câmara, se dizendo honrado por ter atuado como secretário ao lado de Ariano.
Durante a passagem pelo Real Hospital Português, o senador Jarbas Vasconcelos também comentou a defesa apaixonada do mestre Ariano pela arte popular.
Jarbas citou um dos momentos considerados inesquecíveis da relação com Ariano. “Um dos momentos mais emocionantes para mim foi quando encontrei Ariano no aeroporto, não lembro se no do Recife ou no de Brasília.
Ele conversou sobre a minha primeira eleição para prefeito do Recife e fez questão de cantar todinho o meu jingle.
Foi de arrepiar.
Esse era Ariano Suassuna.
Vai deixar saudades”, disse o senador.
Para o ex-senador Armando Monteiro Neto (PTB), candidato ao governo do Estado, a morte de Ariano deixa um vazio intelectual. “Pernambuco chora a perda de Ariano Suassuna: O grande, mestre das palavras e do sentimento mais profundo da alma nordestina.
Com a sua partida fica o vazio intelectual, mas, sobretudo, o vazio humano, pela sua imensa capacidade de entender, traduzir e amar os pernambucanos, os nordestinos, os brasileiros”, registrou, em nota, o político.
Segundo o petista Humberto Costa, a partida do escritor é uma perda irreparável para a cultura brasileira, em especial para a nordestina. “Ele foi, sem dúvida, um dos mais autênticos artistas e escritores que nós já tivemos.
Além de ser uma pessoa humana encantadora, era um homem de bem com a vida.
Para todos nós, é muito triste viver esse momento.
Ele que era o paraibano mais pernambucano que se poderia conhecer.
Acho que o Brasil todo hoje chora essa perda porque Ariano representava uma grande unanimidade no nosso país”, declarou Humberto, adiantando que Dilma e Lula poderão estar presentes no sepultamento de Ariano.