O colunista da Folha de S.
Paulo Élio Gaspari antecipou no último domingo (20) que o deputado federal José Augusto Maia havia exposto, na tribuna da Câmara dos Deputados, o suposto esquema de corrupção proposto pela presidente nacional do Pros para ele apoiar o candidato Paulo Câmara (PSB) para o governo do Estado.
Leia a íntegra da coluna: O mensalão começou assim, por Élio Gaspari Na tarde de quarta-feira, o deputado José Augusto Maia foi à tribuna da Câmara e denunciou que foi destituído da presidência do Pros de Pernambuco e excluído da lista de candidatos “por não aceitar uma proposta indecorosa e vergonhosa do presidente nacional do partido, Euripedes Junior (…), para me coligar ao PSB”.
O Pros efetivamente coligou-se com o PSB.
Há alguns meses, numa reunião do Pros ocorrida em Brasília, Euripedes Junior defendeu a necessidade de lutar pela nomeação de um ministro porque isso permitiria a obtenção de financiamentos de fornecedores e sua canalização para as campanhas.
Nessa ocasião, houve um pequeno mal-estar.
Se as doações fossem formais, não haveria por que falar em “proposta indecorosa e vergonhosa”.
Numa segunda reunião, numa narrativa de Maia, o assunto voltou a ser tratado, com mais detalhes.
Maia foi prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, esteve no PMDB e no PTB.
Teve suas contas rejeitadas quatro vezes e, no último dia 6, anunciou que desistia de se candidatar à reeleição.
Se ele era um barra brava, o Pros correu risco ao aceitá-lo, entregando-lhe a presidência da seção pernambucana.
De qualquer forma, fica a esperança de que especifique a proposta “indecorosa e vergonhosa” que recebeu.
Afinal, o deputado Roberto Jefferson, que detonou o mensalão, também passara pelo MDB e pelo PTB, além de ter sido um dos coronéis da tropa de choque do presidente Fernando Collor no Congresso.