Foto: Diego Nigro/JC Imagem Três dias depois de ter declarado apoio à presidente Dilma Rousseff (PT) na disputa para presidente da República, a vereadora do Recife Marília Arraes (PSB) afirmou na manhã desta segunda-feira (21), que dificilmente seu primo, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), será eleito para o Palácio do Planalto, ao comentar a promessa dele de implantar o passe livre no País. “É uma pena que o passe livre não foi implantado em todo o Estado.
A gente teve sete anos para implantar o passe livre em Pernambuco.
Será que será possível cumprir essa promessa nacional?”, alfinetou. “Não sei se ele vai conseguir implantar isso aí no nível nacional.
Se ele ganhar a eleição, o que é bastante difícil de acontecer, de acordo com o que as pesquisas indicam”, ironizou a vereadora, em entrevista à Rádio Jornal.
Leia também: Marília Arraes vai se arrepender de apoiar Armando, diz Paulo Câmara No Recife, Marília Arraes anuncia apoio a Dilma e Armando Monteiro com críticas a Eduardo Campos e o PSB Insatisfeita com PSB, Marília Arraes retira pré-candidatura a deputada federal Desde o início de junho, Marília havia desistido de concorrer a um mandato de deputada federal e criticado a aliança formada pelo PSB em Pernambuco, que seria contrária ao discurso nacional da “nova política”.
Na última sexta-feira (18), ela declarou apoio ainda às candidaturas do senador Armando Monteiro Neto (PTB) ao Governo do Estado e à do deputado federal João Paulo (PT) ao Senado; ambos de oposição.
Nesse domingo (20), durante um ato de campanha no Recife, o candidato do PSB a governador, o ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara (PSB), afirmou que a vereadora iria se arrepender de apoiar os adversários. “Eu acho que não vale a pena o poder pelo poder, que é como o PSB vem conduzindo a política em Pernambuco”, rebateu a vereadora na entrevista. “Quem disse, em 2010, que Armando era bom e que era importante votar em Armando, e na presidente Dilma e em Humberto Costa era o próprio Eduardo Campos”, cobrou a socialista; que já afirmou ter passado meses tentando conversar com o próprio primo sobre o cenário eleitoral.
Marília também garantiu que vai se integrar “por inteiro” à candidatura do PTB no Estado. “A gente já fez reuniões.
Estou me incorporando a coordenação da campanha dele”, falou, sobre Armando.
SOBRENOME ARRAES - Ouvido logo em seguida pela mesma rádio, o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, disse considerar que a repercussão dada à mudança de lado da vereadora se deve ao fato de ela possuir o sobrenome Arraes.
Tanto ela, quanto Campos, são netos do ex-governador Miguel Arraes, falecido em 2005. “Ela queria ser candidata, inclusive, a deputada federal já com essa chapa feita.
E o questionamento só veio após a sua desistência [de concorrer]”, cobrou o dirigente partidário.
Sileno também interpretou a fala de Câmara dizendo que o candidato quis dizer que mais a frente, com maturidade, a vereadora perceberia que fez a escolha errada.
O presidente do PSB também disse que as possíveis punições à vereadora serão decididas após as eleições. “A gente não vai gastar energia com isso agora.
Depois da eleição a gente vai discutir o caso dela e o caso de outras pessoas que tomaram essa decisão nesse momento”, declarou.
Nos bastidores, a informação é que Marília não tem mais espaço dentro do PSB para, por exemplo, disputar a reeleição para Câmara do Recife. “Essa história de que a minha carreira política acabou, eu acho uma prepotência muito grande.
Porque a gente acaba a carreira política quando a gente entra em contradição”, criticou a vereadora.