Aécio Neves em Juazeiro do Norte, no Ceará, neste domingo.
Foto: divulgação Um aeroporto público construído pelo Governo de Minas Gerais num terreno que pertencia a um tio-avô do senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB) causou polêmica após reportagem publicada na Folha de S.
Paulo deste domingo (20).
O jornal paulista mostra que Fernando Tolentino, filho de Múcio Guimarães Tolentino (irmão da avô do senador, Risoleta Tolentino Neves) controla o acesso a um aeroporto na cidade de Cláudio, a 150 quilômetros de Belo Horizonte, que é público e foi construído pelo Estado mineiro ao custo de R$ 13,9 milhões durante a gestão de Aécio como governador.
Segundo a reportagem, a própria prefeitura de Cláudio reconhece que a chave do aeroporto fica com Múcio.
O filho, Fernando, não chegou a cobrar pelo uso do equipamento por ele ser público.
O valor da desapropriação do terreno está sendo discutido na Justiça.
O próprio Aécio usaria o equipamento cerca de seis ou sete vezes por ano.
Através da sua página no Facebook, Aécio questionou as informações da reportagem, alegando, por exemplo, que se o terreno foi desapropriado a área é pública e que, pela Lei, todos os aeroportor do País pertencem a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “Não houve nenhum tipo de favorecimento na implantação das melhorias na pista de pouso de Cláudio como insinua a reportagem.
O ex-proprietário não concordou com as bases da desapropriação definidas pelo Estado e luta até hoje na Justiça contra elas.
Até hoje ele não recebeu nenhum centavo”, garante o senador. “Em outra hipótese, o Estado teria buscado uma outra solução mais cara para os cofres públicos apenas para evitar que a obra fosse feita em terreno cujo proprietário tivesse laços de parentesco com o então governador.
Nessa hipótese, os agentes públicos poderiam, inclusive, ser acusados de improbidade administrativa, pois teriam deixado de pensar na melhor solução para o erário público apenas para não contrariar os interesses particulares de um parente do governador que não queria ter sua área desapropriada”, questiona o texto. “Aeroportos locais (que não possuem voos comerciais) ou pistas de pouso fechadas são prática comum em aeroportos públicos, no interior do país, como forma de evitar invasões e danos na pista que possam oferecer riscos à segurança dos usuários”, escreveu ainda.