À frente da criação do programa Mais Médicos, o médico Mozart Sales saiu, nesta quinta-feira (17), em defesa da iniciativa e criticou a postura do candidato Aécio Neves (PSDB), que questionou durante sabatina a condução da iniciativa pelo governo federal.

O tucano prometeu rever as normas para igualar salários dos profissionais estrangeiros e propôs o rompimento e a renegociação com o governo cubano.

Em reação ao discurso, Mozart, que é candidato a deputado federal, afirmou que a fala de Aécio é um “debate ideológico mofado” e complementou dizendo que o tucano inventou a crítica “sob encomenda”.

Segundo o ex-coordenador, ao tentar explorar a relação do governo brasileiro com o governo cubano, Aécio Neves comete um equívoco, ou tenta “esconder” a posição contrária ao Mais Médicos. “Ele (Aécio) inventou essa crítica sob encomenda para atender aos interesses corporativos que desejam o fim do programa.

Tanto é que, logo após fazer a crítica, ele foi se reunir com algumas entidades médicas do país, inclusive a Associação Médica Brasileira (AMB), que é radicalmente contra o programa”, afirmou.

Mozart Sales observou ainda que ao atacar um programa de saúde que já beneficiou mais de 50 milhões de brasileiros, Aécio Neves mostra desconhecimento do assunto, sobretudo ao cobrar a aplicação do Revalida para que os cubanos possam trabalhar no Brasil. “Os médicos estrangeiros vêm exclusivamente para atuar na atenção básica.

Para isso, fazem um curso de 160 horas e depois são avaliados por profissionais locais antes de receber o registro para atuar”, explicou o ex- coordenador.

De acordo com Mozart, a relação dos médicos cubanos com o governo de Cuba não compete ao governo brasileiro.

Até porque, o custo de um médico cubano para o Brasil é exatamente o mesmo de um médico brasileiro. “O que importa é a efetividade do programa, que reduziu em 20,8 % o número de internamentos em um ano, e aumentou em 35% o índice de consultas na atenção básica no País”, listou.