O mote era a condução do Estado, no jantar com empresários ligados ao Lide Pernambuco, mas o candidato socialista Paulo Câmara aproveitou o encontro e fez algumas críticas diretas a presidente Dilma, na noite desta segunda-feira.
Em uma primeira investida, o socialista disse esperar que o governo Federal mudasse a visão federalista. “O governo Federal tem sido perverso na prática.
Não pode represar os recursos”, afirmou, quando emendou o tema da educação, ao ser questionada como poderia oferecer melhor educação com as condições atuais de escolas e professores.
Câmara culpou a União pelos baixos salários dos professores, por conta do atual pacto federativo. “Estado e municípios gastam R$ 3,7 bilhões por ano com educação.
A União repassa R$ 200 milhões.
Esta conta não fecha.
Os municípios não podem pagar salários melhores.
Dai a importância de voltar a discutir o pacto federativo”, explicou.
Ao falar de tarifas de energia, com uma pergunta sobre a redução do ICMS sobre a energia, tema tabu nacionalmente, Paulo Câmara citou Dilma mais uma vez. “A desoneração prometida por Dilma drenou R$ 10 milhões os cofres do Estado e não diminuiu na ponta”, comentou.
Quando falou de infra-estrutura, como o Arco Metropolitano, Paulo Câmara disse que tinha a expectativa de que o governo Federal fizesse a obra. “Em 2015, com Eduardo Campos presidente, a obra vai sair.
Ela é importante e vai sair de uma forma ou de outra”, explicou.
Na sua fala, Paulo Câmara cobrou ainda a Transnordestina. “Está parada, há dois anos.
Ela era esperada para 2010 e não há nem perspectiva” Em um dos poucos elogios, ao falar da Copa, Paulo Câmara afirmou que havia sido organizada, gerou emprego, gerou renda, movimentação nos hotéis, embora somente nos próximos anos vá se saber qual o real legado.
Na conversa com os empresários, Paulo Câmara disse que não tinha interesse em esconder o governo Federal. “As parcerias constam em todos os nossos procedimentos, como água, estradas, saúde.
O que acontece é que nos fizemos o dever de casa.
Vamos reconhecer, não temos a intenção de esconder nada.
São recursos públicos”, definiu.
No mesmo encontro, o socialista fez uma avaliação negativa do governo Dilma. “O Brasil não está melhorando governado pelo PT.
Não melhorou com a presidente Dilma.
Por isto, que boa parte da população quer melhorar e mudar”.