Veja a íntegra do discurso do senador Jarbas Vasconcelos Há muito tempo não via um Governo se encerrar de maneira tão melancólica como ocorre agora com o Governo da Presidente Dilma Rousseff.
A administração está perdida, dividida e comete abusos seguidos na tentativa de iludir o povo brasileiro; na tentativa de manter no poder um modelo de gestão político e administrativo que se esgotou.
Mas o povo não é bobo.
A Presidente tentou fazer uso político oportunista da Copa do Mundo e não deu certo.
Quero dizer que foi uma tremenda falta de pudor aquele gesto que a Presidente da República fez com os braços, na véspera do jogo do Brasil contra a Alemanha.
Um absurdo tão grande que virou motivo de chacota em todas as redes sociais.
Diz o ditado que quando a esperteza é grande demais, termina engolindo o esperto.
Foi o que aconteceu com a Senhora Dilma.
Discordo de agressões verbais contra qualquer Presidente da República, mas o PT foi o useiro e vezeiro desse tipo de comportamento no passado, quando ainda estava na oposição.
A História registra vários episódios contra, por exemplo, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, para ficar apenas nesses dois ex-Presidentes da República, vítimas dos ataques rasteiros de petistas e apaniguados.
Pois bem, três dias após a melancólica derrota da seleção brasileira, surgiu novo oportunismo deslavado de um integrante do PT.
Desta vez protagonizado pelo ex-Ministro Franklin Martins, que integra a cúpula da campanha de reeleição da Presidente.
Em artigo divulgado na internet, ele fez duras críticas aos dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol.
Eu até concordo com muitas das coisas que o Franklin Martins escreveu, mas porque só agora ele veio fazer essas críticas, após a seleção brasileira ter passado por um vexame histórico?
Franklin era Ministro de Estado da Comunicação Social durante a gestão Lula, período no qual o Brasil foi escolhido país-sede da Copa de 2014 e aceitou todos as exigências absurdas da FIFA, legitimadas pela CBF.
Os brasileiros e brasileiras sabem que está na hora de mandar o PT e os seus aliados para oposição.
Está na hora de o Brasil mudar, de buscar novas soluções para os problemas que não foram resolvidos em 12 anos de administração petista.
O Brasil enfrenta uma crise urbana generalizada, com sérios problemas de mobilidade urbana, deficiência no transporte público e crescimento da violência urbana.
Questões com as quais o atual Governo não sabe lidar.
Por exemplo, estimula o uso individual de automóveis, reduzindo o imposto para as montadoras.
Enquanto o transporte público de passageiros transforma num martírio o ir e vir nas capitais e demais cidades de grande e médio porte.
O atual Governo também não cuida das nossas fronteiras, permitindo o tráfico livre de drogas e de armamentos pesados que abastecem o crime organizado nas grandes cidades brasileiras.
Estão aí as razões dos protestos que ocorreram no ano passado.
O nosso País avançou, especialmente a partir da estabilidade econômica conquistada pelo Plano Real, há 20 anos.
Mas a atual gestão está fazendo o Brasil andar para trás.
Teremos em pouco tempo, no próximo dia 5 de outubro, a oportunidade de recolocar o nosso País nos trilhos.
Só o nervosismo com uma iminente derrota pode explicar o fato de a Presidente Dilma ter montado uma megaestrutura no Palácio do Planalto e em sete Estados – ao custo de R$ 2 milhões – para, por meio de uma transmissão ao vivo, entregar casas, no último dia 3, às vésperas das restrições da Justiça Eleitoral.
Essa cerimônia, Senhoras Senadoras e Senhores Senadores, foi um abuso, uma campanha eleitoral explícita, escancarada e ilegal, nas barbas da Justiça Eleitoral.
Os megaeventos, no entanto, não poderão esconder os graves sinais emitidos pela economia brasileira, que hoje tem a trágica conjunção de inflação em alta com desenvolvimento econômico em queda.
O setor energético brasileiro – fundamental para o nosso desenvolvimento – se encontra completamente desorganizado, quer seja no que toca as geradoras e distribuidoras e energia elétrica, quer seja o programa do etanol ou na gestão da nossa maior estatal, a Petrobras.
E nunca é muito lembrar que esse segmento era gerido pela atual Presidente, no Governo Lula.
Essas são as questões que devem ser debatidas agora, com o término da Copa e o início da campanha eleitoral.
Precisamos debater o futuro do Brasil de forma séria, qualificada, tratando do dia-a-dia das pessoas, do que realmente interessa ao trabalhador, à trabalhadora, aos jovens, aos aposentados, aos empresários – enfim a todos aqueles que estão cansados dessa mesmice, desse samba de uma nota só representada pelo Governo Dilma.
Era o que tinha a dizer.”