Fotos: Amanda Miranda/Especial para o Blog de Jamildo Em ato político realizado nesta segunda-feira (7), um dia após o início oficial da campanha e com a presença de Eduardo Campos (PSB), o candidato a governador de Pernambuco pela Frente Popular, Paulo Câmara (PSB), rebateu seu adversário Armando Monteiro Neto (PTB), que afirmou nesta tarde que o socialista precisa de padrinho político, referindo-se ao ex-governador.

Em discurso cheio de alfinetadas ao petebista, admitiu a posição do presidenciável.

Eduardo também foi exaltado como ‘grande líder’ pelos aliados. “Eu tenho muita honra de ter os dois como meus padrinhos”, disse, chegando mais perto do escritor Ariano Suassuna, ex-secretário de Cultura na gestão socialista, e de Eduardo Campos. “Eu quero dizer isso porque meus adversários estão dizendo que não têm padrinho.

Sabem qual é o problema, meus amigos?

Eles não querem apresentar a madrinha deles”, completou, provocando risos entre os presentes. “E sabe por quê?

Porque, meus amigos, ela não está fazendo bem para o Brasil.

E eu aprendi desde cedo, com a minha mãe, que está ali, quem não tem padrinho, meus amigos, morre pagão.

Vamos discutir Pernambuco.” Nesta segunda, em entrevista a uma rádio local, Armando Monteiro havia dito que Paulo Câmara não tem currículo próprio e, por isso, depende de um padrinho.

Nas suas próprias palavras, o senador tem, em vez de padrinhos, aliados nas forças nacionais - os petistas Lula e Dilma Rousseff, ex-presidente e atual candidata à reeleição.

Paulo Câmara não encerrou as críticas ao adversário por aí. “Eu não sou mau patrão, eu vou governar Pernambuco por inteiro” disse, fazendo alusão à tradição empresarial da família de Armando Monteiro.

O candidato ainda acrescentou que a experiência na gestão pública é necessária, uma referência clara ao fato de o petebista não ter ocupado cargos no Executivo.

Eduardo seguiu o afilhado e alfinetou Armando. “Eu sei que ele (Paulo Câmara) não vai fazer do serviço público um brinquedo de rico.” O presidenciável repetiu o mote da “nova política” e disse que, se eleito, vai tirar as velhas raposas do poder.

Além disso, afirmou que Dilma se esconde atrás do seu marqueteiro, desafiando-a a ir para as ruas ouvir as impressões da população sobre o seu governo.

Em seguida, a juventude socialista lançou gritos contra a presidente.

O ato, intitulado pela equipe de campanha Encontro com os Amigos de Paulo Câmara, estava previsto para as 19h, mas já passava das 20h quando Eduardo, Paulo Câmara e aliados mais próximos chegaram ao Arcádia Paço Alfândega.

Os dois, com as esposas, foram assediados por fotógrafos e lideranças políticas na entrada, momento em que o ex-governador pediu licença para ir ao banheiro e deixou o candidato esperando para seguirem juntos para o palco.

Lá, cada um sentou de um lado.

O evento teve como objetivo apresentar as formas de divulgação da campanha, como o site apresentado mais cedo.

Os responsáveis foram o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, e, na parte das redes sociais, Marco Bahé, ex-coordenador de mídias sociais da campanha de Eduardo que se envolveu em polêmica após postagem no Facebook.

Enquanto Sileno falava, chegaram Ariano Suassuna, primeiro, que sentou do lado esquerdo de Eduardo, além da deputada federal Luciana Santos (PCdoB), vaiada em ato político com Lula e Dilma no mês passado.

Depois, o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Guilherme Uchoa (PDT), aproveitando um momento em que Renata Campos saiu para ficar com o filho caçula, Miguel, de seis meses, para sentar ao lado do ex-governador.

Uchoa muito cochichou no ouvido de Eduardo, mas quase não teve respostas, a não ser por um momento em que o socialista puxou assunto sobre uma água que havia pedido.

Boa parte das conversas foram durante a fala do prefeito Geraldo Julio (PSB), o primeiro a entrar no âmbito político após Sileno Guedes apresentar a estrutura da campanha.

O socialista exaltou a gestão de Eduardo no Governo do Estado, ressaltando o crescimento da indústria, a construção de hospitais e os intercâmbios promovidos pelo programa Ganhe o Mundo.

Geraldo Julio chamou o ex-chefe de “grande líder” e frisou ainda que Paulo Câmara tem grande capacidade de liderança e comando para construir a unidade da coligação formada por 21 partidos.

Candidato a vice de Paulo Câmara, Raul Henry (PMDB) sorria com a esposa do ex-secretário da Fazenda, Ana Luiza, do lado esquerdo do palco, enquanto isso.

Nas cadeiras da direita, o ex-governador falava com Guilherme Uchoa e o sucessor de Eduardo, João Lyra Neto (PSB), com o candidato a senador pela Frente Popular, Fernando Bezerra Coelho (PSB).

Embora estivesse conversando enquanto Geraldo Julio falava, Raul Henry também concedeu o título de “grande líder” a Campos.

PESQUISAS - Em suas falas, tanto Eduardo quanto João Lyra minimizaram os efeitos das pesquisas de intenção de voto feitas até agora. “A eleição está longe na cabeça do brasileiro.

O pessoal está preocupado com a decisão que Felipão vai tomar”, disse o candidato a presidente.

Para ele, a mudança será, principalmente, com o início do horário eleitoral, em agosto. “Essa eleição se divide em dois tempos: antes da televisão e depois da televisão”, afirmou após explicar que será mais conhecido quando “mexer com o horário da novela” apresentando as suas propostas.

Eduardo terá quase dois minutos de tempo de TV, menos que os seus principais concorrentes.

Já Paulo Câmara terá o dobro do tempo de Armando.