Números e dados que contestam as afirmações de Humberto Costa Por André Régis André Régis fez ainda uma demonstrativo técnico que contestam frontalmente as afirmações do senador petista, alinhadas nas seguintes constatações oficiais de organismos brasileiros e estrangeiros: Segundo o IBGE, em abril último a produção industrial caiu 0,3% em relação a março.
Foi a segunda baixa consecutiva no ano.
Quando comparado a abril de 2013, o tombo é bem pior: 5,8%. É o maior, nesta base de comparação, desde setembro de 2009, isto é, em quase cinco anos.
Para nossas fábricas, o segundo trimestre começou com pé esquerdo.
O processo de desindustrialização acentuou-se nos anos do governo do PT.
Dez anos atrás, a indústria de transformação, segmento industrial mais dinâmico, ainda respondia por 19% do PIB brasileiro.
Hoje, esta fatia caiu para 13%, ou seja, uma perda superior a 30% em apenas uma década.
Hoje, no entanto, o Banco Mundial reduziu a projeção de crescimento da economia brasileira, para este ano, de 2,4% para 1,5%.
O Brasil deve ser uma das nações emergentes com as menores taxas de expansão.
O índice, considerado um fiasco, é resultado de uma série de equívocos.
O próprio Banco Mundial cita que os estrangulamentos na infraestrutura, baixa confiança dos empresários e demanda doméstica fraca estão entre os principais responsáveis.
Desde o período entre agosto e outubro de 2011, a indústria não registrava três baixas seguidas.
Mas tudo indica que vêm mais quedas pela frente.
A julgar pelos primeiros indicadores antecedentes – como consumo de energia, vendas de varejo e estoques acumulados – deve ter havido nova retração no setor em junho.
Aos números de maio: queda de 0,6% em relação a abril; de 3,2% na comparação com maio de 2013 e de 1,6% quando cotejado o período de janeiro a maio com os cinco primeiros meses do ano passado.
Em 12 meses, a indústria ainda acumula alta de 0,2%, que deve virar fumaça em breve.
A indústria brasileira produz hoje nos mesmos níveis de 2008.
Ou seja, lá se vão seis anos perdidos – nos últimos oito meses, desde outubro de 2013, a retração acumulada já chega a 4,5%. É muito tempo para um país como o Brasil – que não tem mais tempo a perder – desperdiçar.
Nunca antes na história, o Brasil precisou tanto da exportação de produtos básicos, principalmente agrícolas e minerais, para gerar divisas e evitar que a dependência do país em relação a recursos externos seja ainda maior.
Nossa balança comercial está cada vez mais desequilibrada.
De janeiro a junho deste ano, os básicos representaram 50,8% de tudo o que o país exportou. É o maior percentual desde o início da série histórica oficial de comércio exterior brasileira, iniciada em 1980. em 2002 os básicos respondiam por apenas 25% dos embarques totais do país, registra o Valor Econômico.
Há apenas um ano, somavam 47,5% das vendas ao exterior.
Os manufaturados já chegaram a representar 60,2% da nossa pauta exportadora.
Isso no primeiro semestre de 1993, como informa O Estado de S.
Paulo.
Há um ano, a participação dos bens industrializados estava em 37,4% do total.
Quando a nova moeda estreou, a inflação estava em 47,4% ao mês, o que, anualizado, equivaleria a 10.420%.
Com o Plano Real, o IPCA baixou de 2.477% em 1993 para 916% no ano de lançamento da nova moeda.
A inflação foi caindo progressivamente até chegar ao piso de 1,65%, o menor da história, registrado em 1998.
Fernando Henrique deixou o governo com o custo de vida variando 12,5%, num repique decorrente dos temores gerados pela expectativa de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2002.
Pesquisas de opinião como a do Pew Research mostram que 85% dos entrevistados apontam a alta de preços como principal problema do país atualmente.
Já o Ibope indica que 71% desaprovam as políticas de combate à inflação postas em marcha pela gestão Dilma.
Deu o esperado: o pibinho cresceu apenas 0,2% no primeiro trimestre.
Se o resultado geral não surpreendeu, o retrato atual da economia brasileira revelado nesta manhã pelo IBGE é mais decepcionante do que se previa. É o velho padrão Dilma de desempenho.
A agropecuária foi, mais uma vez, quem salvou o PIB de frustração maior.
Cresceu 3,6% e acumula alta de 4,8% em 12 meses.
O consumo do governo aumentou 0,7%, em mais uma demonstração da hipertrofia estatal.
Serviços também tiveram expansão (0,4%) no trimestre.
De positivo, foi só.
Tudo o mais veio em baixa, com destaque para a indústria.
O setor que mais tem sofrido nas mãos do PT teve queda de 0,8% nos três primeiros meses do ano e, nos últimos quatro trimestres, acumula alta de apenas 2,1%.
Construção civil (-2,3%) e transformação (-0,8%) tiveram os piores desempenhos