Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da Republica/Arquivo Da Agência Estado A Petrobras anunciou nesta terça-feira (1º) o recorde na produção de petróleo em áreas do pré-sal, que atingiu 520 mil barris diários no último dia 24 de junho.

A estatal realiza uma cerimônia comemorativa do marco, com a presidente Dilma Rousseff, e a presidente da estatal, Graça Foster.

De acordo coma Petrobras, a marca foi alcançada com a perfuração em 25 poços nas bacias de Campos e Santos.

Cerca de 406 mil barris representam produção própria da Petrobras, ou 78% do volume produzido naquele dia.

O restante foi obtido por outras empresas que operam nas áreas do pré-sal.

Fonte: Petrobras Com o resultado, o volume do pré-sal passa a representar 22% do total produzido pela Petrobras.

A meta da empresa é passar a 52% em 2018, com o volume de 3,2 milhões de barris por dia.

Segundo a empresa, o resultado será possível com a entrada em operação de 19 unidades de produção, sendo duas plataformas ainda este ano.

Atualmente, são nove plataformas produzindo no pré-sal.

O pré-sal foi descoberto em 2006.

No período, a Petrobras contabiliza uma produção acumulada de 360 milhões de barris de óleo equivalente produzidos em áreas do pré-sal.

Fonte: Petrobras CONTRATAÇÃO DIRETA - A presidente da Petrobras, Graça Foster, voltou a defender a contratação direta da estatal pelo governo para a produção dos volumes excedentes da cessão onerosa do pré-sal, na bacia de Santos.

Segundo a executiva, a produção representa “a materialidade do nosso planejamento estratégico”. “Estamos colocando planejamento estratégico em marcha, em ritmo.

Estamos dando materialidade ao nosso plano estratégico”, afirmou Graça Foster, durante solenidade na sede da empresa, no Rio, quando foi anunciado recorde de produção do pré-sal.

A executiva também ressaltou que não há previsão para nova capitalização da empresa até 2030, “mantidas as premissas do Plano de Negócio e Gestão (PNG)”. “Não há impacto material para os indicadores de financiabilidade nesse período e no período seguinte porque nossa produção aumenta”, reforçou.

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR Segundo Graça Foster, o tema foi aprovado no conselho de administração da empresa pela diretriz de “produzir em média 4 bilhões por dia, sob titularidade da Petrobras, adquirindo o direito de exploração de áreas, tanto no Brasil quanto no exterior”.

A contratação direta da Petrobras, sem licitação, pressupõe o pagamento de bônus, o que causou críticas, sobretudo do mercado financeiro, em função do impacto que a medida pode causar ao caixa da empresa.

Graça Foster afirmou também que a meta de produção da empresa para 2020, de 4,2 milhões de barris por dia, “já é uma realidade contratada”. “Nos falta a contratação das oito unidades de produção que vão se dar em 2014 e 2015”, complemento.

A executiva reafirmou ainda que não está prevista nova emissão de ações da Petrobras até 2030.

MARCO - A presidente Dilma Rousseff (PT) usou o seu discurso para exaltar o papel da Petrobras. “Estamos comemorando um recorde, um novo marco vivido no ciclo da Petrobras”, disse, durante evento na sede da estatal, no Rio de Janeiro.

Segundo a presidente, nos últimos dez anos, e também em todas as projeções de futuro, o desempenho da Petrobras é positivo. “São nítidos bons resultados, solidez e perspectivas cada vez maiores da Petrobras”, afirmou.

Dilma disse ainda que as conquistas e os avanços estratégicos da empresa “só podem ser entendidos quando vistos da perspectiva de médio e longo prazo”.

Sem citar o caso da compra da refinaria de Pasadena pela estatal Dilma afirmou que “não será um ou outro fato isolado” que vai abalar a credibilidade e a imagem da empresa.

Segundo a presidente, mesmo que baseado em dados tecnicamente sólidos, questões falsas foram levantadas contra a Petrobras. “Mas, em apenas 8 anos, a Petrobras fez com que nossas plataformas, trabalhando a 300 km da costa, mostrassem aos incrédulos que o pré-sal é uma riqueza palpável e tangível e acima de tudo pertence ao povo brasileiro”, disse.

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR Dilma voltou a defender a contratação da companhia para explorar sem licitação, o óleo excedente em quatro áreas do pré-sal. “Com eles, chegamos a 20 bilhões de barris equivalentes de petróleo.

Dificilmente não dá para supor que isso seja uma riqueza inigualável”, disse. “O recorde do pré-sal e a contratação dos quatro campos tornam irreversível o grande papel estratégico da Petrobras”, completou.

A presidente disse que a Petrobras tem um “grande papel em novo ciclo de desenvolvimento do País” e provou que é capaz de explorar essa região, cedida pelo governo, com 10 bilhões a 14 bilhões de barris equivalentes, “talvez 15 bilhões de barris”. “Essas riquezas se transformarão em benefícios para o povo brasileiro”.

TOM POLÍTICO - Na mesma linha, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, defendeu a exploração do pré-sal, as decisões do governo em relação a essa nova fronteira exploratória e a própria estatal.

Com um tom político, lembrou que o pré-sal foi alvo de desconfiança no passado e que, agora, os “pessimistas de sempre” voltam a fazer críticas em relação à Petrobras. “Chegamos à conclusão no passado de que não poderíamos tratar o pré-sal como outra área qualquer.

Parecia-nos evidente que estávamos diante de uma área que merecia tratamento especial”, disse Lobão, ao relembrar as razões que levaram o governo brasileiro a decidir pela implantação do sistema de partilha da produção no Brasil. “Hoje podemos comprovar o acerto da decisão tomada naquela época.

A produção (no pré-sal) já ultrapassa o patamar de 500 mil barris por dia e isso é apenas o começo dessa grande província petrolífera que pertence ao povo brasileiro”, salientou Lobão.