Por Jamildo Melo, editor do blog Sem alarde, no mesmo dia em que que o chamado movimento Ocupe Estelita invadiu o prédio da Prefeitura da Cidade do Recife e armou barracas por lá, o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, do PSB, entrou na Justiça do Estado com um pedido de desocupação do prédio público.

No final da noite, por volta das 20 horas, o juiz Rosalvo Maia Soares, da comarca da capital, atendeu a solicitação e determinou a desocupação.

Dificilmente, entretanto, a decisão judicial será cumprida nesta segunda-feira.

Os militantes podem ser notificados por um oficial de Justiça nesta noite ainda ou amanhã de manhã.

O Ministério Público do Estado ainda será avisado, possivelmente com o objetivo de mostrar disposição para o diálogo, em uma contraposição ao uso da Polícia Militar, na desocupação do Cais José Estelita, pelo governo João Lyra.

O Blog apurou que Geraldo Julio ficou chateado e decidiu pedir a desocupação depois que os manifestantes fizeram colocações públicas desconfiando de sua correção no processo.

No auge do conflito, bradavam-se palavras de ordem como ocupar e resistir e “prefeito fuleiro, já bastam os empreiteiros” Com a iniciativa, a PCR pretende deixar claro que não admite radicalismo.

Durante a noite, o secretário de Juventude, Jayme Asfora, manteve negociações com alguns dos membros dos grupos de pressão, mas sem sucesso.

O objetivo da disposição era passar para a opinião pública a ideia de que existe negociação permanente, em contraposição a um movimento radical e sem o controle das lideranças.

A PM não foi chamada para cumprir a ordem e nem deve ser.

De acordo com oficiais da PM ouvidos pelo Blog de Jamildo, a rigor, o prefeito Geraldo Júlio não precisava recorrer ao Judiciário.

Bastava ter acionado a Guarda Municipal ou mesmo a PM.

No momento em que a invasão ocorre, poderia ser usada a força necessária para a liberação do patrimônio público.

Junto às empresas, as agruras que o prefeito socialista está passando foram recebidas com um sabor de escárnio. “O prefeito está provando do próprio veneno, depois de querer fazer média.

Quando atendeu os manifestantes, não cobrou a desocupação do terreno privado e ainda falou em retirar as licenças.

O quadro agora mostra para ele com quem está se metendo, avaliou errado e não tem como sair de bonzinho.

Pimenta no DU dos outros é refresco”, pilheriou um.

Na PCR, imperou a avaliação de que, colocados ao relento desde a reintegração do terreno privado, os militantes do Ocupe Estelita precisavam de energia e mídia (holofotes) que já não tinham no Viaduto do Cabanga.

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