“No mundo, de uma forma geral, os impostos diretos – como o imposto de renda – representam 60% a 70% do bolo tributário, enquanto os impostos indiretos, que incidem sobre produtos e serviços (ICMS, ISS) ficam na faixa de 30%.

No Brasil ocorre precisamente o contrário, o que leva a uma tributação regressiva, que pune os mais necessitados”, explica, em entrevista à jornalista Mônica Bergamo e ao sociólogo Antonio Lavareda, no programa Ponto a Ponto, que vai ao ar neste sábado (28), à meia-noite, pela Band News TV, com reprises no domingo (29) às 16h30, 20h30 e 0h.

Ex-presidente do Banco do Brasil e do BNDES nas gestões de Fernando Henrique Cardoso, Calabi critica o que ele chama de falta de iniciativa do Governo Federal na articulação de políticas com Estados e municípios. “Não se tem um norte, uma integração de sistemas que leva à melhora dos serviços públicos.

A gestão do PT, por exemplo, tem como característica ir direto aos municípios, subdimensionando o papel do Estado”, explica.

A elevação de renda dos brasileiros também refletiria no aumento da insatisfação em relação à mordida do Leão. “Se imposto fosse voluntário não se chamaria imposto. É um mal necessário para gerar serviços relativamente à percepção pública da qualidade do serviço que se recebe em troca.

Não é fácil, há uma demanda forte e legítima e uma capacidade limitada do estado em atendê-la.

O Sistema Tributário brasileiro exige reformas difíceis e a carga fiscal brasileira é, de fato, muito elevada, corresponde à carga de um país desenvolvido com serviços públicos ainda bastante incompletos”, pondera o secretário.