O porta-voz da PM, capitão Júlio Aragão, afirmou nesta quarta-feira que a ação policial foi legítima e que negociadores tentaram convencer os ocupantes a deixarem o terreno antes de empregarem “meios não letais”, como bombas de gás e balas de borracha, para garantir o cumprimento da decisão judicial.
Nesta quarta, alguns dos manifestantes feridos procuraram o Ministério Público (MP) estadual para denunciar o que classificam como “truculência da PM”.
Eles foram encaminhados para o Instituto-Médico Legal (IML), para que sejam feitos exame de corpo delito.
Segundo a assessoria do MP, os promotores se reuniram hoje para decidir o que fazer com as denúncias. “Denunciaremos a corporação, a PM, pois o que ocorreu ontem foi claramente uma agressão aos direitos humanos.
Não foi uma ação policial corriqueira.
Manifestantes foram perseguidos apenas porque foram reconhecidos como porta-vozes do movimento”, disse, hoje (18), à Agência Brasil o coordenador do Movimentos Direitos Urbanos, professor Leonardo Cisneiros.
Integrantes do movimento Ocupe Estelita convocaram uma coletiva de imprensa para esta tarde.
A Polícia Militar (PM) pernambucana foi criticada por possíveis excessos.
A ação policial foi criticada por procuradores da República, promotores de justiça, pela Anistia Internacional e pela secretária municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Cida Pedrosa.
Por meio do Twitter, o Consórcio Novo Recife rebateu parte das críticas ao projeto urbanístico, como o de que a área se transformará em um enorme condomínio.
Segundo o consórcio, o empreendimento vai ocupar uma área de 105 mil metros quadrados, dos quais 90 mil metros quadrados abrigarão um parque público.
Ao menos R$ 63 milhões deverão ser investidos nas áreas públicas, onde está prevista a construção de uma biblioteca pública.
O consórcio estima que as atividades comerciais gerem 2,5 mil empregos na área que, hoje, “encontra-se bastante degradada e subutilizada”. “Mudanças viárias não só melhorarão o trânsito, como deverão destacar atrativos como o Forte de São Tiago das Cinco Pontas, construído no início do século 15, por holandeses”.
Com informações da Agência Brasil