Cada um no seu quadrado Fernando Castilho, no JC desta quarta Além da sala de monitoramento, onde é informado do cumprimento das metas traçadas ainda por Eduardo Campos, parece claro que o governador João Lyra Neto tem dificuldades para controlar a equipe que herdou em abril para finalizar mandato até dezembro.
Parte dela sequer o consulta para defender o legado do ex-chefe quando isso se faz necessário.
Outra atua independentemente, obrigando-o a intervir para chamar o feito a ordem e até reverter decisões e, no caso do prefeito Geraldo Julio (detentor de mandato), não existe qualquer problema em partir para o confronto como aconteceu ontem por ocasião do incidente da reintegração de posse do José Estelita.
Como se ouviu na Rádio Jornal, o prefeito disse a Geraldo Freire que não concordava com a ação da Polícia Militar, afirmou que o gesto não ajudava na mediação que faz do confronto e que não foi informado dela.
A bem do direito, não tinha mesmo que ser informado pelo secretário Alexandre Carvalho, da SDS, do cumprimento da decisão do desembargador Márcio Aguiar.
Mas, como prefeito da capital, liderando mediação do conflito e correligionário do PSB, no mínimo deveria ser alertado informalmente por Carvalho ou até pelo governador.
Se isso não aconteceu, o bicho pegou.
Depois de quase três meses, João Lyra Neto sabe melhor do que ninguém que lhe resta pouco espaço de tempo e de ação política.
De fato, ele não planejou terminar o governo com uma identidade própria, mas a equipe parece não entender, pela desenvoltura, que até dezembro o chefe é ele.
Assim, entre fechar com Geraldo Julio, que se investiu do poder de negociador, e confrontar o Judiciário, João Lyra preferiu ficar com a lei.
Até para deixar o imbróglio com o prefeito que, por iniciativa própria, se meteu nele.