Foto: Elvis de Lima/NE10 Os manifestantes do movimento Ocupe Estelita acusam o Governo do Estado de descumprir o acordo firmado para reintegração de posse do terreno no Cais José Estelita onde deve ser erguido o projeto Novo Recife, ocupado desde o dia 21 de maio após o início das demolições dos galpões.

O grupo se queixa de ter acordado com as secretarias de Defesa Social e de Direitos Humanos um protocolo para desocupação que, entre outras coisas, previa um aviso prévio de 48h, comunicado inclusive ao Ministério Público.

A ordem para reintegração de posse foi dada pelo desembargador Márcio Fernando de Aguiar Silva, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), no dia 29 do mês passado.

A Polícia Militar deu início à ação por volta das 6h20 desta terça-feira (17).

Segundo o professor Leonardo Cisneiros, um dos integrantes do grupo Direitos Urbanos, os manifestantes tomaram conhecimento na noite anterior de um boato de reintegração.

Eles entraram em contato com as secretarias que garantiram que a ação não ocorreria. “Isso vai ficar na conta do governador [João Lyra Neto, do PSB] que violou o acordo”, afirmou Cisneiros. “Houve uma falta de respeito do Governo do Estado com a negociação em curso”, disse.

Foto: Elvis de Lima/NE10 O grupo também se queixa que a PM teria agido de modo violento durante a reintegração e que teria agido com força contra os manifestantes mesmo no terreno que não pertence ao consórcio, extrapolando a decisão judicial.

Da sua parte, a PM afirma que agiu com a força por causa da resistência do grupo em abandonar o terreno e à “intimidação” e “ameaça” contra o efetivo policial; porque o grupo estaria de porte de facões e enxadas, além de ter encontrado maconha no terreno.

PRESSÃO DO TJ - Em entrevista à Rádio JC News, o secretário da Casa Civil Luciano Vasquez afirmou que a polícia realizou a reintegração de posse à pedido do TJPE, que teria encaminhado um pedido ao Governo do Estado na última sexta-feira (13) para reforçar a necessidade do cumprimento da ordem de reintegração de posse.

Representante do consórcio responsável pelo projeto Novo Recife, o engenheiro Eduardo Moura afirmou que era natural que a reintegração acontecesse num dado momento.

Ele também disse que o consórcio teve informações de que o terreno não seria desocupado, o que era visto como uma condição para a negociação.

Para sair, os manifestantes do Ocupe Estelita exigiam uma garantia de que realmente haveriam mudanças no projeto, conforme revelou ao Blog de Jamildo nessa segunda (16) a professora de Direito Liana Cirne Lins.

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