Dilma foi a convenção nacional do PMDB, mas adesão à candidatura petista dividiu o partido.

Foto: reprodução do Flickr do PMDB Por Paulo Veras, repórter do Blog.

No ato que renovou a aliança com a presidente Dilma Rousseff (PT) há quatro dias, o PMDB se mostrou dividido.

Enquanto 398 dos delegados da legenda garantiram a vice-presidência para Michel Temer (PMDB), outros 275 foram contra a aliança. É esse grupo, 41% do partido, que os adversários da petista, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) e o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) batalham para conquistar na campanha eleitoral.

O PMDB é hoje o maior partido do País.

Possui cinco governadores, 20 senadores, 76 deputados estaduais e um exército de mais de mil prefeitos.

Fundado em 1980, a agremiação se organiza como uma federação de caciques estaduais, o que favorece a divisão de palanques.

Além de Pernambuco, onde desde 2012 fechou aliança com o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que comanda a legenda, Eduardo Campos conquistou os Diretórios do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso do Sul; onde os candidatos José Ivo Sartori e Nelson Trad Filho irão dar suporte à candidatura presidencial socialsita.

Já Aécio, atraiu o apoio do PMDB em colégios eleitorais maiores: Rio de Janeiro e Bahia.

O senador ainda tem penetração no partido em Minas Gerais, estado que governou entre 2003 e 2010.

Em outros quatro estados, o PMDB ainda mostra oposição em relação ao PT, embora não tenha se definido pelo apoio a algum dos candidatos de oposição: Paraná, Santa Catarina, Goiás e Ceará.

No último, Campos já colocou um pé, ao angariar o apoio do deputado federal Danilo Fortes.

Em maio, Danilo participou de um jantar promovido pelo senador Jarbas Vasconcelos, com o objetivo de atrair peemedebistas para a aliança socialista.

Também marcaram presença os senadores Pedro Simon (RS), Luiz Henrique (SC), Ricardo Ferraço (ES), Waldemir Moka (MT) e dos deputados federais Raul Henry (PE), Fábio Trad (MS), Darcísio Perondi (RS), Osmar Terra (RS) e Geraldo Resende (MS).

Por outro lado, em abril, Campos afirmou que mandaria o senador e ex-presidente José Sarney (PMDB) para a oposição se assumisse o Planalto.

Depois, criticou os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e do Senado, Renan Calheiros (AL); ambos do PMDB.

No início do mês, um grupo de integrantes da sigla lançou um manifesto pelo “PMDB independente”.

O documento apresentava diversas críticas em relação à gestão de Dilma Rousseff, atacando várias áreas do governo. “O PMDB não pode e não deve concordar com esse estado de coisas.

O fato é que, nos últimos anos, o partido foi preterido, desprezado e tratado como um mero apêndice do PT.

E essa situação é inaceitável”, cobra o texto.