Na Folha de São Paulo Conselhos não operam mais, afirma candidato Aliado do PT no governo federal por quase 11 anos, o pré-candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) atacou nesta quinta-feira (12) o decreto de Dilma Rousseff que determina a órgãos públicos considerar, na formulação de suas políticas, a opinião de conselhos com representantes da sociedade civil.

Ele disse que seu grupo político ainda estuda o decreto para tomar uma posição mais concreta, mas afirmou que o pressuposto de diálogo com a sociedade para definir políticas públicas contradiz o dia a dia do governo Dilma, que segundo ele teria desmontado os conselhos existentes. “Não é estranho que a quatro meses da eleição saia um decreto tentando passar a ideia de que vai ter a participação da sociedade, num governo que é reconhecido por líderes de estudantes, líderes de trabalhadores, líderes de empresários, líderes de academia, como tendo pouca aptidão ao diálogo?”, disse Campos após encontro com a cúpula da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. “Esse decreto não tem nada a ver com que o governo pratica no dia a dia, é um governo fechado, que não tem aberto as portas para o diálogo com a sociedade”, disse. “Falo por exemplo do Conselho Nacional de Política Energética.

Veja quantas vezes o conselho se reuniu, veja se tem representação da sociedade até hoje.” Campos foi ministro da Ciência e Tecnologia na gestão de Lula.

No encontro com a CNBB, Campos discutiu questões relativas à reforma política, reforma agrária e educação.

Segundo o presidente da CNBB, dom Raymundo Damasceno, a conferência estimulará os candidatos a diminuir os ataques mútuos em prol da qualificação do debate das grandes questões do país.

A questão do aborto não foi abordada, segundo os participantes.

A vice de Campos, Marina Silva, que é evangélica (Assembleia de Deus), também estava presente.

Na saída, Campos evitou comentar em detalhes as divergências de seu partido, o PSB, com o grupo político de Marina.

Em São Paulo, o PSB deverá apoiar Geraldo Alckmin (PSDB), posição que é criticada por Marina.