O soldado da Polícia Militar Alberisson Carlos, uma das lideranças da greve da PM em maio, venceu as eleições para a presidência de uma das grandes associações de policiais do Estado, a Associação de Cabos e Soldados e Bombeiros Militares de Pernambuco (ACS-PE), em votação realizada nessa terça-feira (10).

Foram 30 urnas no Estado e 1.891 votos, sendo 9 nulos.

A chapa encabeçada por Alberisson Carlos, Renovação com seriedade, recebeu 1.390 votos.

O novo presidente participou, junto com Joel Maurino, que seria seu oponente nas urnas e acabou não concorrendo, da paralisação que chama “movimento de defesa da dignidade humana”.

Pelo Código Penal Militar, a greve de policiais militares é considerada crime.

Devido à rivalidade, a greve ganhou contornos que fugiram ao controle dos líderes.

Alberisson chegou a concorrer a cargos eletivos em dobradinha com o ex-coronel Meira, candidato a prefeito em Camaragibe.

O policial foi autor da ação judicial que provocou intervenção que destituiu diretoria que estava no poder da ACS e foi destituída por terem sido constatadas fraudes nas eleições de 2008.

Ele justifica a isso a sua vitória para a ACS-PE.

Questionado se a sua escolha significa que os PMs querem uma continuação do movimento, respondeu: “São situações diferentes.” Agora, segundo o soldado, o objetivo é continuar as negociações. “A radicalização deve ser sempre o último momento”, afirmou.

Entre as reivindicações do grupo, estão a implantação de um plano de cargos e carreiras e mudanças no atendimento de saúde da corporação.

As duas questões estão sendo debatidas por comissões de policiais que têm até o fim deste mês para apresentar soluções.

As propostas devem entrar em pauta na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) até julho.

Após a paralisação, os líderes estão sendo chamados para responder a sindicância na Corregedoria da Secretaria de Defesa Social e a inquérito na PM.

No período da paralisação, houve aumento de 136,35% no número médio de roubos no Estado, segundo a secretaria.

Em relação aos homicídios, a SDS informou que foram notificadas 40 mortes nos três dias.

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