Fotos: Cortesia Isaura Pereira, de 100 anos, é a primeira moradora da Rua Jamaica, no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife.
Desde dezembro do ano passado, a idosa tem seu direito de ir e vir praticamente impedido por uma tubulação que estourou na frente da casa onde vive há mais de seis décadas.
Ao tentar denunciar o problema à Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), a resposta é para procurar a Prefeitura do Recife, através da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb).
E o jogo de empurra-empurra de um órgão para o outro se repete há seis meses.
A situação da rua já foi relatada até ao prefeito Geraldo Julio (PSB), que recebeu uma carta e fotos no último dia 30.
Pelo menos uma vez por semana, a filha de Isaura, a administradora Sônia Belfort, entra em contato por telefone com a Compesa.
Os protocolos abertos em atendimento presencial já somam 10. “A resposta é sempre a mesma: está em atendimento.
Daqui a pouco chega dezembro de novo e é um bolo que a gente vai fazer para cantar parabéns.
Acho que eles pensam que vão nos vencer pelo cansaço”, afirmou indignada.
Devido ao problema na rua, as contas de água da casa entre dezembro e março foram retidas para a isenção da taxa de esgoto.
Em abril, Sônia pagou o valor completo mesmo sem ter acesso o serviço.
Mas a surpresa veio foi nessa segunda-feira (9), quando a fatura chegou no valor de R$ 172,17 - enquanto o valor geralmente é de R$ 60.
O documento informa que o aumento é referente a multas pelo não pagamento das taxas suspensas, ainda em análise.
Em nota, a Emlurb afirmou que a responsabilidade é da Compesa, mas que enviará uma equipe ainda esta semana para analisar se há problemas com as galerias da via.
A Companhia disse, através da assessoria de imprensa, que uma equipe será enviada ao local para avaliar o esgoto, porém não informou prazos.
Enquanto a situação não é resolvida, o forte odor não permite que a moradora centenária da Rua Jamaica fique no terraço de casa.
Além disso, Isaura, que precisa de cadeira de rodas para se locomover, só sai de casa nos braços de parentes e ela e os vizinhos vivem com o perigo de contaminação.
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